Em sessão especial nesta segunda-feira (15), o Senado homenageou os 90 anos da música e da viola caipira. Por iniciativa do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), a sessão contou com várias apresentações de violeiros, como Zé Mulato e Cassiano, Claudinho da Viola e os alunos do alunos do Núcleo de Ensinamento de Viola do Caub I. Para Izalci, a sessão trouxe reconhecimento à música e à cultura de raiz, que sofrem a falta de investimentos.
— Esta sessão solene traz esse reconhecimento, mas falta-nos investimento para manter essa cultura de raiz, tão importante para o nosso país. Há investimentos e recursos culturais, mas eles nem sempre vão para a divulgação de nossos artistas, que trabalham em prol da cultura de raiz do nosso país. A maioria dos recursos é direcionada àqueles que não precisam ou já têm patrocínio no setor privado — disse o senador.
O senador Wellington Fagundes (PL-MT), presente na sessão, falou sobre um projeto que estabelece o dia 13 de julho como o Dia Nacional da Música e da Viola Caipira, em tramitação na Comissão de Educação (CE). De autoria do deputado João Daniel (PT-SE), Fagundes informou que o projeto já recebeu parecer favorável do relator, senador Luiz do Carmo (MDB-GO) e está pronto para a deliberação na CE.
— Não posso também deixar de falar e homenagear a nossa querida TV Senado, que, através dos programas Estúdio A e Espaço Cultural, reverencia a música popular brasileira, com ênfase nas nossas tradições musicais. Também a Rádio Senado, que nos brinda semanalmente com o programa Brasil Regional, produzido e apresentado por Deraldo Goulart — lembrou Wellington.
O jornalista Arley da Cruz falou de vários nomes da música caipira, especialmente os letristas, como Raul Torres, Gerson Coutinho da Silva (conhecido como Goiá) e Bariani Ortêncio.
— Nunca nos esqueçamos também de destacar os que fizeram letras memoráveis, como Raul Torres, Gerson Coutinho da Silva — o Goiá —, mineiro de Coromandel, que compôs uma das músicas mais bonitas da música de viola: Saudade da Minha Terra, que todos nós amamos muito, e também seu amigo do Bazar do Waldomiro. Sabe aquele pagode em Brasília? Bazar do Waldomiro, que ficava aqui na W3. Ele é conhecido como Bariani Ortêncio, certamente um homem de respeito, um folclorista que merece também a nossa homenagem — destacou.
Também foi citada pelo senador Izalci e pela professora de viola caipira, Elisabete Silva, a violeira Inezita Barroso, que morreu em 2015, aos 90 anos. Izalci contou que Inezita dizia que, em casa, só ouvia ópera e música erudita, e não que não admirasse, mas que a nossa cultura valia mais.
— Todos nós, caipiras do interior, temos, de fato, esse sentimento — completou o senador.
Também estiveram presentes na sessão o prefeito de Cristalina (GO), Daniel Sabino Vaz; o fundador do Clube do Violeiro Caipira, Volmi Batista da Silva; e o representante da Associação Nacional dos Violeiro e Violeiras do Brasil, Luiz Faria.