Integrando a campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, o evento aconteceu nesta sexta, com saída da frente do 1.º “Juizado Maria da Penha”.
O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), por meio dos Juizados Especializados no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, marcou presença na “Caminhada dos Homens pelo Fim da Violência Doméstica contra as Mulheres”, que foi organizada pela Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e teve como representante do Judiciário as magistradas Ana Lorena Teixeira Gazzineo e Luciana da Eira Nasser, titulares do 1.° e 2.º do Juizado Especializado no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, respectivamente.
Centenas de populares e representantes de instituições, unidas pela causa, se concentraram em frente ao Fórum Azarias Menescal de Vasconcelos, na avenida Autaz Mirim, Jorge Teixeira – zona Leste, que foi ponto de partida na caminhada em direção à rotatória da avenida Itaúba até a Bola do Produtor, onde foram distribuídos laços brancos, representando a Paz.
Dados da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) indicam que em 2019 houve um aumento de 20% no número de denúncias de violência contra a mulher em relação ao mesmo período de 2018. De janeiro a outubro de 2019 foram noticiados 14.356 casos de violência doméstica.
A juíza Ana Lorena Teixeira Gazzineo avalia que o aumento no número de denúncias também pode assinalar a diminuição do número de casos de subnotificação, agradeceu a participação das instituições envolvidas e lembrou que é importante chamar atenção da sociedade para a diminuição dos casos em que a mulher permanece calada à violência sofrida.
“Gostaria de agradecer todos os envolvidos nesse evento e a ideia é conscientizar a sociedade para o problema da violência doméstica, que ainda tem números alarmantes em nosso País e em nosso Estado. Sabemos que as causas desse tipo de violência estão intimamente ligadas às questões culturais, então, queremos trazer os homens para participar dessa luta e promover a desconstrução do machismo, garantir à mulher direito a uma vida digna, sem violência”, ressaltou a magistrada. Para ela, na atualidade, em razão das campanhas de apoio, a mulher sente mais segurança e confiança no sistema de Justiça.
A caminhada integrou a programação alusiva à campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, uma mobilização global da sociedade civil que nasceu a partir do ocorrido em 6 de dezembro de 1989, na Escola Politécnica de Montreal, em Quebec, no Canadá, quando, armado com uma espingarda e uma faca de caça, Marc Lépine, 25 anos, atacou 28 pessoas, matando 14 mulheres antes de cometer suicídio. O dia 6 de dezembro se tronou o Dia Nacional de Mobilização dos Homens contra a Violência contra a Mulher. O ato público chama os homens a abraçarem a proposta da campanha pelo fim da violência contra a mulher no País, que figura em quinto lugar em maior taxa de feminicídio no mundo, segundo documento elaborado pela ONU Mulheres Brasil, por órgãos do governo brasileiro e pelo Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Durante o evento, a titular da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Caroline Braz, destacou a importância de aproveitar uma data histórica. “É muito importante a gente aproveitar essa parte dos 16 dias de ativismo e fazer uma caminhada mostrando que essa luta não é uma luta só de mulheres, é uma luta de todos. Então, aqui estamos, homens e mulheres, unindo todas as forças, com a parceria do Tribunal de Justiça, da Assembleia Legislativa do Estado e todos vestindo a camisa pelo fim da violência contra as mulheres”, disse a secretária da Sejusc.
A delegada Débora Mafra, titular da Delegacia da Mulher do Parque Dez, acredita que é o momento de demonstrar que os homens também podem incentivar a paz. “É demonstrar que os homens, juntamente com as mulheres, estão contra os agressores. Deixar claro que nós não somos contra os homens, mas sim contra homens agressores. É uma covardia agredir uma mulher, o certo é mantê-la com respeito, segurança, harmonia, e não da maneira que usa força física para coibir os atos de uma mulher, para satisfazer os hábitos e vontades daquele agressor. Quanto mais denúncias houver, menos mulheres estarão sofrendo”, salientou a delegada Débora Mafra.
Homens e mulheres caminharam juntos pela paz. Presente à caminhada, I.A., 34, autônomo afirmou total apoio à causa. “Eu estou vestindo a camisa porque sou contra a violência à mulher. Eu apoio essa campanha e sou totalmente contra a agressão contra as mulheres”, afirmou o autônomo.
Dados da ONU
No Brasil, a taxa de feminicídios é de 4,8 para 100 mil mulheres – a quinta maior no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2015, o Mapa da Violência sobre homicídios entre o público feminino revelou que, de 2003 a 2013, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%, passando de 1.864 para 2.875.
Na mesma década, foi registrado um aumento de 190,9% na vitimização de negras, índice que resulta da relação entre as taxas de mortalidade branca e negra. Para o mesmo período, a quantidade anual de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%, saindo de 1.747 em 2003 para 1.576 em 2013. Do total de feminicídios registrados em 2013, 33,2% dos homicidas eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas. (fonte: Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) – “Diretrizes Nacionais para Investigar, Processar e Julgar com Perspectiva de Gênero as Mortes Violentas de Mulheres – Feminicídios”)
Sandra BezerraFotos: Raphael Alves
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