O líder do PT, senador Humberto Costa (PE), pediu em Plenário, nesta terça-feira (2), que o Senado requeira medidas à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) em relação a um suposto diálogo envolvendo o procurador Deltan Dallagnol. No material divulgado pelo site The Intercept Brasil, o integrante da Operação Lava Jato sugere uma operação de busca e apreensão contra o então recém-eleito senador Jaques Wagner (PT-BA), antes do segundo turno das eleições de 2018.
O objetivo, segundo Humberto Costa, era desqualificar Fernando Haddad, candidato do PT à presidência da República, uma vez que Jaques Wagner era seu coordenador de campanha. Para o senador, mesmo que Jaques Wagner ainda não fosse parlamentar diplomado e empossado à época, é preciso cobrar explicações de Deltan Dallagnol e de outros integrantes da Lava Jato, pois suas ações, reveladas pelos diálogos, agridem o próprio Senado.
— Ordenar uma ordem de busca e apreensão na casa de alguém, como ele [Dallagnol] disse, como questão de “simbolismo”, é muito mais do que um crime. É algo que desperta nojo. Isso é próprio de alguém que não tem caráter, de alguém que não tem a compostura para exercer uma função pública da dimensão que esse cidadão exerce — afirmou.
Humberto lamentou ainda o conteúdo de outros diálogos, em que procuradores da força-tarefa da Lava Jato mostravam preocupação com a proximidade entre o então juiz Sergio Moro e o presidente eleito, Jair Bolsonaro. Nos diálogos, os procuradores, de acordo com o parlamentar, disseram que as negociações entre Moro e Bolsonaro, que culminaram na nomeação do juiz para o cargo de ministro da Justiça, poderiam colocar em risco a Operação Lava Jato.