Alex da Silva Carvalho e Joelma Keila Santana da Silva respondiam pelo homicídio da jovem Karoline do Canto Silva, crime ocorrido em 2017.
O Tribunal do Júri da Vara Única da Comarca de São Sebastião do Uatumã condenou na noite de quarta-feira (10/11) os réus Alex da Silva Carvalho e Joelma Keila Santana da Silva a 21 anos e três meses de prisão e a 23 anos e oito meses de prisão, respectivamente, ambos em regime fechado, pela morte da jovem Karoline do Canto Silva, crime ocorrido em outubro de 2017.
Conforme a denúncia formulada pelo Ministério Público com base no Inquérito Policial, quando foi morta, Karoline estava grávida de aproximadamente 37 semanas. Os sentenciados foram acusados de assassinar Karoline para tirar o bebê de seu ventre, numa cesareana forçada e a sangue frio, a fim de que Joelma Keila ficasse com o recém-nascido como se esse fosse seu filho.
O réus estavam presos desde a época do crime em uma unidade prisional da capital. Eles foram conduzidos ao município pela Secretaria de Administração Penitenciária para participar da sessão de julgamento da Ação Penal n.º 00000239-66.2017.8.04.7100 na quarta-feira.
A sessão de julgamento foi presidida pelo juiz Diego Martinez Fervenza Cantoário, titular da comarca, e realizada no Plenário da Câmara Municipal da cidade. O promotor de Justiça Iranilson de Araújo Ribeiro representou o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM).
O réu Alex Carvalho teve em sua defesa os advogados André de Souza Oliveira e Wandeley San da Cruz Barbosa. A advogada Rosana Maria de Assis defendeu a ré Joelma Silva.
Cinco testemunhas – entre as arroladas pela acusação e a defesa – foram ouvidas durante o julgamento, dentre elas, a mãe da vítima.
A sentença foi lida pelo juiz Diego, às 22h30, e com a condenação os réus retornam ao sistema prisional da capital para o cumprimetno da pena.
Da sentença ainda cabe apelação.
Entenda o caso
Conforme a denúncia do MPE/AM, o crime ocorreu por volta de 23h30 do dia 18 de outubro de 2017, próximo ao campo de futebol de “Pelada Pimenta”, no Município de São Sebastião do Uatumã. Alex conhecia a vítima, sabia que ela estava grávida de mais de sete meses. Na denúncia, o MP relata que o réu teria convidado a vítima para um lanche, quando teria lhe oferecido bebida com medicamento para dopá-la e depois levado-a ao matagal em área atrás do campo de futebol. Lá, conforme os autos, a vítima foi esganada e já com a presença de Joelma Keyla, teve a barriga cortada para retirar o bebê. Em seguida, os acusados abandonaram a vítima no local, levando o recém-nascido com eles. O corpo de Karoline foi encontrado por populares na manhã seguinte. Ainda conforme a denúncia, fugiram da cidade utilizando a voadeira de linha comum logo de manhã cedo e foram presos em flagrante na cidade de Itapiranga.
Segundo a denúncia do Ministério Público, os réus confessaram os crimes, que tinham como objetivo obter uma criança para ser filho de Joelma: ela teria contratado o conhecido Alex para encontrar uma mulher que estivesse grávida.
A mãe da vítima teria informado à polícia que sua filha saiu para passear de motocicleta com o réu, que foi então localizado após buscas pela Polícia de Itapiranga e indicou onde estava Joelma com a criança (o bebê sobreviveu e foi levado ao hospital onde ficou internado por dias).
Os réus foram denunciados pelo MPE/AM como incursos nas sanções do art. 121, parágrafo 2.º, incisos I, III, IV e V, bem como dos artigos 132, 211, 242 e 249 todos do Código de Processo Penal Brasileiro.
#PraCegoVer – a imagem que ilustra a matéria mostra o momento em que o juiz presidente do júri fez a leitura da sentença, na noite de quarta-feira. Os dois réus aparecem ao centro do plenário. Eles estão de pé, com as mãos para trás, diante da mesa em que se encontra o magistrado e o promotor de Justiça. À esquerda, os advogados que trabalharam na defesa dos dois acusados também estão de pé. Um policial fardado aparece na foto, posicionado ao lado dos defensores.
Carlos de Souza
Foto: Acervo da comarca
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