O Dia da Revolução Constitucionalista de 1932, comemorado anualmente em 9 de julho, foi celebrado em sessão especial do Senado nesta quinta-feira (11). A data rememora o período em que os paulistas lutaram pela promulgação de uma Constituição no país, prometida após a Revolução de 1930, liderada pelo então presidente Getúlio Vargas.
O senador Major Olímpio (PSL-SP) foi um dos autores do requerimento para a cerimônia e presidiu a homenagem. Ele frisou que o momento “dignifica a história do país”, deixando claro que a revolução não foi um movimento separatista de São Paulo, mas uma luta de brasileiros de todos os estados encabeçada pelos paulistas.
— Foi uma batalha contra a ditadura e pelo direito à liberdade e aos direitos dos cidadãos.
Ao ressaltar que o Dia da Revolução Constitucionalista de 1932 é uma das datas cívicas mais importantes de São Paulo, sendo feriado estadual, Major Olímpio considerou que o marco merece ser celebrado pelo Congresso Nacional, em especial pelos representantes do estado.
— É uma sessão histórica, com a presença de tantos parlamentares e autoridades. E é uma honra dar a palavra àqueles que usam a voz para agradecer ao Brasil, a São Paulo e aos nossos heróis de 1932 — pontuou.
Homenagem
Coronel da Polícia Militar de São Paulo, Luiz Eduardo Pesce de Arruda lembrou que mais de 70 mil homens e 10 mil mulheres se alistaram voluntariamente para a guerra em 1932, por acreditarem na causa constitucionalista. Ele também frisou que a revolução não visava separar São Paulo do Brasil, nem se tratava de um evento comunista, como pregado por adversários do movimento à época. O movimentou empunhou uma bandeira nacional, declarou.
— Não há dados precisos sobre quantos soldados perderam a vida nessa revolução. Uma guerra de brasileiros de nascimento ou adoção, lutando por uma causa que somente eclodiu geograficamente de São Paulo, mas não foi uma causa paulista. Foi uma causa brasileira — ponderou.
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo, desembargador Carlos Eduardo Cauduro Padin, disse que fez questão de participar da sessão especial por conta do envolvimento da Justiça Eleitoral com a Revolução Constitucionalista. Ele explicou que a celebração é necessária para honrar o legado dos combatentes e porque o período marcou o retorno do Brasil aos valores republicanos.
— A Justiça Eleitoral é guardiã dos princípios da democracia, da lisura nas disputas, do direito de cada um concorrer, de participar. Essa garantia do pleno exercício da cidadania está entre os valores maiores que a Revolução de 1932 visava preservar. Por isso, essa iniciativa de colocar mais calor e brilho nesta chama é extremamente louvável.
O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Marcelo Vieira Salles, defendeu a importância do entendimento dos brasileiros sobre o significado histórico da guerra de 1932. Para ele, o movimento foi um ato heroico dos que disseram não à ditadura e morreram por isso.
Para o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), a revolução foi um ato legítimo, mas contado de forma diferente. O parlamentar afirmou que, junto com um grupo de amigos, sai em cavalaria todos os anos do Vale do Paraíba ao Túnel da Mantiqueira, para lembrar os mortos em combate.
— Foi uma luta por democracia, e tão somente por democracia — declarou.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse que, apesar de ser carioca, se une aos paulistas que não “abaixam a cabeça para ditadores”. Ele destacou a importância dos parlamentares e das demais autoridades na valorização dos antepassados. Já o deputado General Peternelli (PSL-SP) considerou que a Revolução de 1932 é uma referência para todos e relevante para a conscientização sobre o que é realmente importante para o país.
Ao final da cerimônia, Major Olímpio convidou as autoridades a se deslocarem do Plenário pelos corredores do Senado empunhando as bandeiras do Brasil e de São Paulo, num percurso de cerca de 300 metros até o Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, onde está o Livro de Aço dos Heróis e Heroínas da Pátria, localizado na Praça dos Três Poderes.