O Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), em Maués, distante 276 quilômetros de Manaus, assiste aproximadamente 1.800 produtores rurais. Desde o início do mês, o Idam tem apoiado pelo menos 30 destes produtores que cultivam guaraná no município e que têm buscado o selo de Identificação Geográfica (IG), reconhecido pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). Vale lembrar que, recentemente, a terra indígena Andirá-Marau, localizada no mesmo município, conquistou a primeira IG de origem concedida a um povo indígena, em razão de dois produtos nativos: o waraná (guaraná nativo) e o pão de waraná (bastão de guaraná).
De acordo com o gerente do Idam em Maués, Eugênio Borges, no início de outubro, os produtores de duas associações que estão buscando o selo receberam a visita de técnicos do Idam, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Prefeitura de Maués, com destaque para as secretarias municipais de Produção e do Meio Ambiente, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Na ocasião, eles foram orientados quanto às adequações necessárias para que conquistem o selo de IG.
Buscam a certificação um total de 25 produtores da Associação Comunitária Agrícola do Rio Urupadi (Ascampa) e oito produtores da Associação dos Produtores do Rio Limão (Ascandi). “O selo é a garantia de que toda a cadeia produtiva do guaraná destes produtores, em especial, tem certificação e isso garante ao grupo melhor mercado e melhor preço. Temos um produtor italiano que com o selo, vai tentar comercializar o produto para a Europa”, detalhou o gerente.
No início de novembro, de acordo com Borges, os produtores recebem uma nova visita do Sebrae e uma certificadora para que possam reavaliar o processo e assim, expedir o selo aos produtos que estiverem em conformidade. “A expectativa é para que todos que estão buscando o IG alcancem a meta. O selo traz ainda mais respaldo sobre a qualidade do guaraná de Maués que já é uma tradição no Amazonas e no país, e vem coroar o trabalho destes produtores”, concluiu.
Indígena – O guaraná nativo e o bastão de guaraná da terra indígena Andirá – Marau, localizada em Maués, receberam o registro de Indicação Geográfica (IG) na categoria Indicação de Procedência (IP), do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).
De acordo com o técnico do Idam, Ademir Bentes, a valorização é o principal objetivo visado pelos produtores da região. “A principal importância é em relação à valorização do produto, pois vamos ter um produto rotulado e comprovado quanto a sua qualidade e procedência e assim, vamos evitar a concorrência com produtos de baixa qualidade”, disse Ademir.