Ação integrada entre órgãos estaduais vai incentivar a bioeconomia e otimizar o controle do desmatamento e das queimadas
O governador Wilson Lima lançou, nesta terça-feira (15/09), o programa “Amazonas Mais Verde”, que vai fortalecer o desenvolvimento econômico sustentável, além da regularização fundiária e ambiental, como estratégia para conter o avanço do desmatamento e das queimadas, em especial nos municípios do sul do estado e na Região Metropolitana de Manaus (RMM).
Com base no Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Amazonas (PPCDQ-AM), lançado no mês de junho pelo Governo do Estado, o programa terá duração de dois anos e envolverá o trabalho integrado entre diversas secretarias e órgãos estaduais. O investimento será na ordem de R$ 56 milhões, em recursos repatriados pela Operação Lava Jato.
“Nós temos três principais eixos: a regularização fundiária; comando e controle, que é o combate às queimadas; e a questão do estímulo à agricultura agroflorestal. Nós estamos trabalhando no combate às queimadas e ao desmatamento, mas também estamos apresentando uma alternativa para o nosso povo, para quem produz e para quem trabalha naquela região. Se você protege o cidadão, você protege a floresta”, afirmou o governador.
Entre as ações que serão implementadas estão: melhorias no sistema de monitoramento da cobertura vegetal do Amazonas; estruturação e treinamento das forças de segurança que atuam contra os crimes ambientais; regularização de 16 mil lotes de terra em 15 municípios; fomento à piscicultura, pesca manejada do pirarucu e à implantação de 200 hectares de Sistemas Agroflorestais.
Durante a solenidade, Wilson Lima também anunciou a criação de um Centro de Comando e Controle no município de Apuí, município do sul do estado, para reforçar a fiscalização ambiental na região.
“Nós já temos algumas ações que estão sendo desenvolvidas naquela região, há pelo menos 30 dias que o pessoal está trabalhando ali, e no sábado agora (19/09) estou indo a Santo Antônio do Matupi (Manicoré) para fazer o lançamento desse programa e explicar para o pessoal da região o que significa o ‘Amazonas Mais Verde’”, acrescentou o governador.
Integração – O programa será coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) e executada pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Produção Rural (Sepror) e Secretaria das Cidades e Territórios (Sect).
Além das secretarias, a ação contará com o apoio de outros três órgãos estaduais: Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) e Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
De acordo com o titular da Sema, Eduardo Taveira, a articulação vai não só fortalecer as ações de combate aos crimes ambientais, mas gerar oportunidades para que a floresta seja um fator de movimentação econômica.
“Integrado com o Sistema Sepror, investir em atividades de baixo impacto ambiental é garantir a retomada econômica pós-Covid e, acima de tudo, gerando renda para a população, em especial a população ribeirinha, a população tradicional indígena, pequenos e médios agricultores, agricultores familiares, gerando aí uma base de prosperidade e também de conservação ambiental”, destacou Taveira.
Para o secretário da Sedecti, Jório Veiga, o “Amazonas Mais Verde” é promissor porque também permite investimentos e acesso dos produtores do interior à assistência técnica e arranjos agroflorestais eficientes.
“O Amazonas precisa muito desse desenvolvimento no sul do estado para reduzir a pressão do desmatamento ilegal, para aumentar a nossa capacidade de produção agropecuária, para fazer toda essa regularização fundiária e dar uma condição de vida melhor a todos os nossos irmãos que lá vivem. Tudo isso dá a eles a segurança de que o Estado está sempre presente”, frisou o secretário.