10:15 – 19/11/2019
FOTO: Divulgação/SSP-AM
“Mesmo com o risco da própria vida” é o juramento feito por policiais militares postos à prova todos os dias no combate à criminalidade. Este ano, o governador Wilson Lima promoveu 119 guerreiros da Polícia Militar do Amazonas por atos heroicos e de bravura em que, na linha de frente, os agentes da lei se colocaram em risco extremo para salvar cidadãos e garantir a paz e a ordem.
Ações que unem coragem, experiência, técnica e trabalho em equipe se destacam entre as histórias dos promovidos. De atuações precisas em rebelião no sistema prisional à liberação de reféns de assaltantes, os casos que renderam progressão aos militares parecem saídos da ficção. E o melhor: com final feliz.
Dos 119 policiais militares promovidos pelo governador Wilson Lima, cinco se tornaram subtenentes, 14 foram alçados a 1º sargentos, 13 a 2º sargentos, 58 a 3º sargentos, e 29 eram soldados e foram promovidos a cabos.
Entre os reconhecidos está o 3º sargento Rycson Nonato, 33. Com dez anos de Polícia Militar, servindo nas Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), o sargento estava com os companheiros da guarnição patrulhando o bairro Nova Cidade, na zona norte de Manaus, no dia 16 de fevereiro de 2018, quando foram acionados para um assalto com refém em uma agência bancária. Ao se aproximarem do local, ele avistou uma mulher sendo levada pelos bandidos, com uma arma apontada para cabeça.
Focado em salvar a vítima, o sargento Rycson desceu da viatura, pegou uma motocicleta e seguiu os assaltantes.
“Eu estava com arma longa e fui seguindo eles até certo ponto, foi quando eles pararam no semáforo. Eu desci da moto, abri a porta do carro e dei voz de prisão, puxei a refém para as minhas costas para protegê-la e acionei meus colegas pelo rádio. Eles chegaram e conseguimos concluir a missão. Eu só pensava naquela mulher, no rosto de terror dela. E, graças a Deus, ela foi salva sem ferimentos”, relatou.
Para realizar o sonho de ingressar na Rocam, Rycson largou a engenharia. Hoje, orgulha-se da carreira e se sente realizado. “Eu admirava a Rocam. A sociedade vê a Rocam de uma forma diferente, então estar na Rocam é minha realização pessoal”, afirma.
O 3º sargento Efraim Barbosa, da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), estava de folga fazendo compras no Centro, zona sul da capital, quando avistou um tumulto. Logo percebeu que se tratava de um assalto, em que o criminoso ameaçava uma mulher com uma faca.
“Decidi intervir. Anunciei que era policial, ele tentou me esfaquear. Eu me afastei, dei uma coronhada nele com a arma. Quando ele estava imobilizado e o celular da vítima recuperado, acionei meus colegas da área. Era um criminoso contumaz, com diversas passagens por crimes, incluindo homicídio”, contou.
Para Efraim, proteger a vítima é um instinto policial. “Acho que ser polícia é isso, está no sangue. Eu cumpri minha missão, deu certo e salvei uma vida em perigo. Sempre sonhei em ser militar para poder fazer isso, salvar vidas”, afirmou o sargento.
Sistema prisional – Era o primeiro dia do ano de 2017, e o 1º sargento Jean Victor estava de plantão pelo Grupamento de Radiopatrulhamento Aéreo (Graer), quando teve início a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em que 56 presos foram mortos por outros presidiários.
O sargento foi um dos primeiros policiais a chegar ao presídio para a contenção dos detentos. Agora com 18 anos de Polícia Militar, o sargento Jean afirma que jamais vai esquecer aquelas cenas de horror.
“Foi um dia atípico, eu estava escalado para o serviço do dia 1º de janeiro para executar a denominada Operação Muralha e me deparei com essa situação. Esses treinamentos constantes que a gente tem, tanto físicos quanto psicológicos, ajudaram a atuar nessa ocorrência. Nós adentramos com a viatura e nos deparamos com os tiros, a guarda combatendo diretamente. Eu vi o ser humano se desprender de tudo que é ligado à racionalidade dentro daquele presídio”, conta.
Para ele, a promoção por bravura é o reconhecimento do trabalho dos policiais militares que salvaram a vida de seus colegas de farda durante aquela crise. “Tive o reconhecimento dos meus comandantes, dos meus amigos, recebi uma medalha de ação policial. O reconhecimento da instituição, dos meus amigos e da população, do civil que me cumprimenta. Isso tudo nos motiva a continuar. Nós fazemos um juramento, todo risco que a gente corre, tudo que a gente faz é com o risco da própria vida. O nosso intuito é servir com excelência à população”, ressalta o sargento.
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