Atividades fizeram parte da programação da campanha “Justiça pela Paz em Casa” e alcançaram 5 mil pessoas, incluindo as sedes e comunidades da zona rural dos dois municípios.
Uma série de ações educativas itinerantes levada a comunidades ribeirinhas e 32 audiências preliminares marcaram as atividades da campanha “Justiça pela Paz em Casa”, na Comarca do Careiro da Várzea (distante 29 quilômetros de Manaus). De acordo com a juíza Fabíola de Souza Bastos, as atividades de orientação alcançaram mais de 800 pessoas, que participaram de rodas de conversa e palestras organizadas pela Vara Única da comarca com o apoio da Coordenadoria Regional de Educação do município.
O objetivo da campanha “Justiça pela Paz em Casa” é combater a violência doméstica e familiar contra a mulher, agilizando a tramitação de processos que tratem desse tipo de crime e reforçando as orientações sobre o tema.
“Em nossa realidade ribeirinha a violência doméstica tem sido crescente e muitas vítimas estão caladas. As mulheres têm que denunciar toda e qualquer violência que venham a sofrer, porque essa agressão pode ser a primeira e a última e nenhuma mulher pode desejar viver o calvário que marcou a história de Maria da Penha”, frisou a juíza Fabíola, em referência à trajetória da farmacêutica brasileira,vítima de sucessivos atos de violência perpetrados por seu marido,o responsável pelos tiros que a deixaram paraplégica. Sua história foi uma das que inspirou a luta que levou à promulgação da lei batizada com seu nome, há 13 anos.
A juíza Fabíola explica que a equipe da Vara Única da Comarca do Careiro da Várzea percorreu mais de 70 quilômetros por rios, lagos e igarapés visitando, ao longo de uma semana, seis comunidades distantes da sede do município e conseguindo reunir pais, alunos, professores e populares, nas escolas de cada localidade. Crianças e jovens também deram a parcela de colaboração e interagiram, por meio de peças teatrais, dramatizando e chamando a atenção sobre os impactos negativos da violência doméstica.
“As dificuldades são gigantes, grande parte da população se concentra na zona rural, vivemos com as grandes cheias dos rios e, agora, é o início da vazante. Levar essa estrutura para junto da sociedade é um grande desafio, mas conseguimos, com o trabalho de equipe, alcançar bons resultados”, afirma a magistrada.
Ao dialogar com pais e professores nas localidades, a magistrada procurou enfatizar que é preciso reforçar a parceria entre os pais e a escola, pois a agressão em casa também tem reflexos no comportamento dos alunos no ambiente escolar, além de influenciar na formação de novas famílias em lar já desestruturado.
A gestora da escola estadual Tancredo de Almeida Neves, Iolanda Migueis, destacou a importância da ação da Justiça no Careiro da Várzea. “Ficamos agradecidos em saber que o Poder Judiciário se importa com nosso município e com o futuro de nossas crianças. A violência doméstica, infelizmente, está presente em nosso meio, mas hoje todas as mulheres aqui saíram esclarecidas de seus direitos, não estamos sozinhas nessa luta, fomos lembradas”, disse a gestora.
Careiro Castanho
Respondendo também pela Vara Única do Careiro Castanho, a juíza Fabíola explica que nessa comarca as ações relativas à 14.ª edição da campanha “Justiça pela Paz em Casa” foram igualmente marcadas por atividades educativas e de conscientização visando ao combate à violência doméstica e familiar contra a mulher.
Realizadas no período de 26 a 30 de agosto, com o apoio da Secretaria Estadual de Educação, as ações foram levadas a sete escolas – quatro delas na sede do município e três na zona rural (distritos do Purupuru e de Araçá). Ao todo, 4,2 mil pessoas participaram das atividades, entre professores, alunos, funcionários e comunitários.
“Achei ótima a palestra da juíza, que foi de grande importância para nossos jovens e para nós mulheres. Faço parte de movimento social e da Ong ‘Casa do Rio’ e sei que muitas jovens são vítimas de violência física e psicológica e não sabem como agir. A juíza fez essa fala buscando despertar a todos nós para essa realidade. Estamos agradecidos com essa iniciativa”, afirmou Heidy Anny Nogueira do Nascimento, de um aluno do ensino médio de uma das escolas visitas pela ação.
Campanha nacional
O programa “Justiça pela Paz em Casa” é promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com os Tribunais de Justiça estaduais. No TJAM, as ações da campanha são coordenadas pelo Comitê Estadual da Mulher em Situação de Risco – que tem como presidente a desembargadora Carla Reis – e executadas pelos Juizados Especializados no Combate à Violência Doméstica e Familiar; Varas do Tribunal do Júri e pelas Varas das comarcas do interior. A campanha tem três edições por ano. A próxima, ocorrerá em novembro.
Sandra Bezerra e Terezinha Tores
Com informações e fotos do acervo das comarcas
Revisão de texto: Joyce Tino
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