No primeiro semestre de 2019, alunos de 170 instituições de ensino e grupos de idosos passaram manhãs e tardes no Superior Tribunal de Justiça (STJ) participando dos programas de formação educativa e cidadã desenvolvidos pela Coordenadoria de Memória e Cultura. Por meio do Museu-Escola, do Despertar Vocacional Jurídico e do Sociedade para Todas as Idades, o Tribunal da Cidadania tem aberto suas portas à população.
Jaime Cipriani, professor e coordenador de Memória e Cultura, salienta que essas ações educativas e culturais aperfeiçoam a cidadania. “Seguramente, a educação de qualidade e cidadã é o percurso mais eficaz para a conquista da igualdade, da inclusão e da justiça”, afirma o professor.
Cidadania na prática
A professora Giliana Ribeiro Miguel, do Centro de Ensino Fundamental 113 do Recanto das Emas (DF), disse que há sete anos leva para esses programas alunos de escolas públicas e particulares. “É uma chance de mostrar aos alunos o que é cidadania na prática e como eles podem conhecer seus direitos”, declarou.
Aula de cidadania: estudantes participam de visita ao tribunal em um dos programas socioeducativos desenvolvidos no primeiro semestre. | Foto: Rafael Luz / STJSegundo a professora, os 45 alunos do Recanto das Emas que participaram da visita em maio aproveitaram muito a experiência. “Desde as palestras até a recepção, tudo foi feito para nos sentirmos acolhidos. A estrutura oferecida também fez toda a diferença, já que muitos dos alunos são carentes.”
Outro grupo veio de Santa Maria (DF), do Colégio Santos Dumont, em 5 de agosto. A professora Vieline Ferreira da Silva também traz os estudantes para o tribunal há vários anos. “Eu vi pessoalmente como a experiência abre os horizontes desses alunos. Neste ano, com o tema dos 30 anos do STJ, pudemos aproveitar e usar as informações nas aulas de história, geografia e outras”, comentou.
A professora destacou o quanto os comentários dos alunos foram positivos. “Muitos disseram que se surpreenderam com a simplicidade dos servidores, eles eram ‘gente como a gente’. A visita mostrou que o STJ não é inacessível e que os estudantes podem aspirar a trabalhar aqui”, relatou. Segundo ela, os participantes da visita repassaram informações para colegas e professores.
Estrutura completa
Para o professor Adriano César de Souza, do Recando das Emas, que esteve no tribunal em 12 de abril, o fato de o STJ fornecer lanche e ônibus para o transporte dos visitantes é um dos diferenciais do programa. “Vasculhei vários lugares com ônibus e acessibilidade, e o STJ foi o que nos atendeu melhor”, disse. Ele destacou também o trabalho dos palestrantes, como Jaime Cipriani e Andrea Zaban, também lotada na Coordenadoria de Memória e Cultura.
Adriano lembrou os agradecimentos dos alunos à equipe do tribunal. “Outra coisa que marcou foi um dos meninos ter ficado tão impressionado com a beleza do complexo de prédios que expressou o seu desejo de ser engenheiro”, comentou o professor.
Cordel da gratidão
Os mais vividos também marcaram presença. A assistente social Kênia Cristina Reis trabalha com idosos há três anos e acompanhou o grupo Mais Vividos do Sesc 504 Sul, de Brasília. “É um público que muitas vezes é abandonado e precisa de mais espaços de socialização”, observou.
Kênia Cristina contou que, durante a visita, os idosos fizeram uma apresentação de cordel com o tema gratidão. O momento foi uma oportunidade para demonstrarem suas habilidades e agradecer à equipe que os recebeu no tribunal.
Para Kênia, merece destaque, também, a palestra sobre dermatologia e cuidados com a pele. “Depois de uma certa idade, é importante cuidar-se. A idade do grupo do Sesc varia entre 63 e 84 anos, uma faixa etária em que podem se desenvolver vários problemas dermatológicos”, disse. Segundo ela, essas inciativas trazem benefícios não só para os idosos, mas para toda a sociedade.
Para saber mais, inclusive sobre a forma de agendar uma visita, acesse a página dos projetos socioeducativos.