Mais de 400 pessoas, entre alunos do Ensino Médio, professores e agentes da rede de proteção a vítimas desse tipo de violência participaram do evento.
Em comemoração aos 13 anos da “Lei Maria da Penha”, completados neste mês de agosto, a Comarca de Guajará promoveu nesta semana um evento de conscientização sobre o combate à violência contra a mulher. Realizado na quadra da Escola José Elno, a atividade contou com a participação de mais de 400 pessoas, entre alunos do Ensino Médio, professores e agentes da rede de proteção a vítimas desse tipo de violência.
O comandante do 9.º Grupamento da Polícia Militar de Guajará, 2.º tenente Ronaldo Bezerra e o diretor da Escola Estadual José Elno, Amarildo Saraiva de Oliveira, também prestigiaram o evento, que contou ainda com palestras da policial militar Dulcicléia Ferreira da Silva; da professora da Universidade Federal do Acre, Leonísia Moura e do magistrado João Gabriel Cirelli Medeiros, titular da Vara Única da Comarca.
Ao abordar os aspectos sociológicos e psicológicos da violência contra a mulher, a professora Leonísia Moura, que é mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba, destacou a importância das ações educativas no combate a esse tipo de violência. “É essencial que se cumpra a política de proteção estabelecida em favor das mulheres nos protocolos internacionais e na legislação nacional; e esse trabalho educativo é estritamente importante. Não é comum o comprometimento dos operadores do direito em ações que vão além do discurso, por isso a relevância deste evento, que teve a participação dos adolescentes e de representantes da área de segurança e da Justiça”, disse a professora.
A PM Dulcicléia Ferreira da Silva considerou excelente a iniciativa do evento promovido pela Comarca, com público em grande maioria composto de jovens, que tiveram contato com informações sobre os seus direitos e sobre como procurar proteção em caso de violência; todas se mostrando muito interessadas com o conteúdo das exposições.
Para o tenente Ronaldo Bezerra, o tema abordado foi de grande importância, inclusive pela presença de muitos jovens que começam a ingressar na vida adulta e formar as suas famílias. “Diante da dificuldade financeira comum nos municípios do interior, é constante a dependência econômica da mulher, que em muitos casos acaba aceitando o comportamento violento do marido e não sabe a quem recorrer”, frisou o tenente.
O comandante da PM-Guajrá ressaltou, ainda, o grande interesse das jovens nas discussões trazidas pelo evento. “Tenho certeza de que, aqui, elas receberam orientações bastante relevantes para suas vidas”, acrescentou.
Na parte final das exposições, o juiz João Gabriel Cirelli Medeiros falou sobre a atuação da Polícia Civil e do Poder Judiciário na temática da violência contra a mulher, especialmente no que concerne à concessão das medidas protetivas de urgência, mecanismo criado pela “Lei Maria da Penha” para garantir a proteção da mulher que se encontra em situação de risco. “Mesmo com toda a divulgação, ainda existe muito a ser trabalhado; a população em geral desconhece o procedimento para requerer a medida protetiva de urgência e, como se sabe, pouco do que ocorre chega ao conhecimento do Poder Judiciário”, afirmou o magistrado.
Ele destacou a repercussão positiva do evento para os jovens do Ensino Médio, uma vez eles “podem atuar como multiplicadores do conteúdo recebido, divulgando os mecanismos de defesa, como também pelo fato de terem contato com o Poder Judiciário e com as demais instituições públicas, o que estimula a sua percepção de cidadania”.
O professor Amarildo Saraiva de Oliveira, diretor da Escola Estadual José Elno, ponderou tratar-se de tema muito atual, já tendo contato com alguns relatos de violência por parte de alunas, ressaltando ainda que “é nas escolas que podemos começar a mudar a realidade que vivemos hoje, por ser um ambiente de formação, de educação, preparando os jovens para a vida”.
Com informações e fotos do acervo da comarca
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