Todos os teletrabalhadores que estão atuando de forma remota no Judiciário amazonense superaram as metas estabelecidas.
No período de janeiro a julho deste ano, a produtividade dos servidores do “Programa Teletrabalho” do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) chegou a 263%, acima da meta inicial estabelecida no regulamento da modalidade, ou seja, superior ao trabalho desempenhado pelos servidores presenciais. A informação foi divulgada pela “Comissão de Acompanhamento do Teletrabalho” do TJAM, coordenada pela desembargadora Nélia Caminha Jorge, e representa um grande avanço no desempenho dessa atividade pioneira, na qual os servidores, previamente treinados, têm a possibilidade de realizar de forma remota (não presencial) as respectivas atividades laborais.
A modalidade de teletrabalho passou a ser adotada pelo Tribunal como projeto-piloto, em agosto de 2017, evoluindo para a habilitação de servidores para atuar nas atividades judiciárias em sistema de home office (em que as tarefas laborais são desenvolvidas a partir de sua residência), tendo o compromisso – e sob pena de desligamento do programa – de alcançar uma produtividade superior àquela dos servidores que trabalham presencialmente. O teletrabalhadores também precisam apresentar relatórios de atividades a seus superiores de forma rotineira; manter comunicação direta com seus chefes imediatos e dispor de estrutura adequada para desenvolver suas tarefas diárias no ambiente residencial.
Para entender melhor como funciona a atividade pioneira no Judiciário amazonense, visitamos dois teletrabalhadores durante suas atividades laborais, realizadas em casa. O primeiro foi o assistente judiciário Cláudio Eloy. Ele afirma que sua vida mudou depois que começou a fazer parte do programa. Antes disso, chegava a perder até três horas por dia apenas com o deslocamento para o trabalho, no Fórum Ministro Henoch Reis. Sem os movimentos das pernas – desde 2012, após tomar uma vacina, apresentou uma reação severa e ficou paraplégico – ele se locomove com a ajuda de uma cadeira de rodas.
Hoje, Eloy desempenha suas atividades em casa e chegou a superar, em um único mês, 312% a meta de produtividade estabelecida para sua equipe. “Lógico que é preciso muito foco e determinação. Principalmente, porque em casa você tem várias situações que podem te tirar do trabalho. Mas a mudança também foi assimilada por minha família. Hoje, todos sabem que naquele horário do dia eu estou trabalhando e entendem essa rotina. Assim, consigo desempenhar todas as tarefas, com a vantagem de que não preciso perder mais tempo tendo que me deslocar de casa para o trabalho”, disse Eloy.
O teletrabalhador Maurizio Dutra é lotado na Comarca de Fonte Boa (distante 678 quilômetros de Manaus) e, após ingressar no “Programa de Teletrabalho”, voltou para a capital, onde iniciou outra graduação, desta vez em Direito. Ele afirma que, agora, pode acompanhar melhor a vida dos três filhos e da esposa. O resultado da mudança na qualidade de vida veio em forma de resultado no trabalho: sua produtividade é 829% acima do estabelecido, mais de nove vezes a meta originalmente estipulada.
“Quando começamos com essa atividade, ficamos com medo de não atingir os resultados. Mas, depois, com o acompanhamento da equipe do TJAM, fomos desmistificando nossos medos e conseguimos desempenhar nosso trabalho de uma forma mais eficaz. Aqui, no escritório que montamos dentro de casa, não há distração. Após levar meus filhos na escola, fico dedicado a desenvolver minhas tarefas na prestação jurisdicional”, afirmou Maurizio.
Tendência mundial
O home office, que signifca em língua portuguesa “trabalho em casa”, uma tendência mundial adotada inicialmente por empresas privadas começa a dar frutos também no universo das instituições públicas, como no Tribunal de Justiça do Amazonas. Por conta disso, o programa está sendo ampliado. Até o fim de 2019, o número de teletrabalhadores deve chegar a 100.
As atividades do programa renderam ao TJAM uma recente premiação nacional, concedida pelo Conselho Nacional de Justiça, em Brasília: o prêmio “Práticas em Gestão de Pessoas do Poder Judiciário”. “Este reconhecimento mostra que estamos no caminho certo. Claro que podem aparecer obstáculos nesse trabalho diário, mas estamos prontos para resolvê-los e seguir em frente. Os funcionários, à medida que tomam conhecimento dessa ferramenta, conhecem suas vantagens, assim como os gestores que devem cada vez mais saber cobrar dos teletrabalhadores aquilo que toda a sociedade almeja, que é mais efetividade na prestação jurisdicional”, frisou a desembargadora Nélia Caminha Jorge, presidente da comissão que coordena e faz o monitoramento dos resultados do programa.
O “Programa de Teletrabalho” também tem como perspectiva a redução de gastos públicos com eletricidade; papel e outros insumos arcados pelo serviço público; a geração de benefícios ao meio ambiente, em virtude da redução do fluxo de veículos e, consequentemente, diminuição da emissão de poluentes; a redução do fluxo de veículos nos grandes centros; além do favorecimento da qualidade de vida dos teletrabalhadores.
Fábio Melo
Fotos: Daniel D’Araújo e Raphael Alves
Revisão de texto: Joyce Tino
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