O avanço e os desafios da Prefeitura de Manaus na prevenção e tratamento da tuberculose foram apresentados, na manhã desta segunda-feira, 17/3, para a professora Amrita Daftary, da Escola de Saúde Global da Universidade de York, em Toronto, no Canadá. A pesquisadora foi recebida na sede da Secretaria de Estado de Saúde (Semsa), pela gestora da pasta, Shádia Fraxe.
Ao receber a pesquisadora, a secretaria Shádia Fraxe destacou o impacto positivo da ferramenta ITB, criada pelo Centro de Controle da Tuberculose e pelo Departamento de Inteligência de Dados (DID), que reúne dados como o número de casos da doença, atendimento em unidades de saúde e monitoramento de pacientes. “Um dos nossos principais desafios é a interrupção do tratamento. Ao interrompê-lo, o paciente continua a transmitir a doença e a resistência aos medicamentos aumenta, assim como o risco de morte por tuberculose. É por isso que a ferramenta ITB é tão importante. Essa tecnologia permite que nossas ações sejam mais assertivas”, reforçou a secretária.
Ao apresentar as informações sobre o cenário epidemiológico da capital, a enfermeira Dinah Carvalho, do Centro de Controle da Tuberculose da Semsa, responsável pelo ExpandTPT em Manaus, mostrou as ações bem-sucedidas no tratamento preventivo da tuberculose (TPT) em indivíduos que têm contato com pessoas infectadas e os esforços da Semsa para reduzir a incidência de casos.
Outro aspecto positivo destacado foi o investimento na qualificação de servidores para aplicação e leitura do teste de tuberculina. O exame, que era oferecido em 16 unidades de saúde, agora, é realizado em 50 estabelecimentos.
O aumento na detecção de casos de ILTB (Infecção Latente por Tuberculose), quando a pessoa é infectada pelo bacilo M. tuberculosis, mas não há manifestação ativa da doença, também foi evidenciado na exposição.
A pesquisadora Amrita Daftary, que tem doutorado e mestrado em Saúde Pública, disse que ficou impressionada com as soluções tecnológicas, o entusiasmo e o compromisso da gestão em enfrentar a tuberculose em Manaus. “Fiquei positivamente impressionada com o entusiasmo da gestão em gerar dados que ajudam a entender os aspectos clínicos e sociais da doença. Percebi que há um compromisso em investigar os determinantes sociais relacionados à tuberculose com populações vulneráveis e ações para apoiar pacientes e famílias, investigando esses contatos e fornecendo tratamento”, destacou.
Além da titular da Semsa, participaram da apresentação o subsecretário de Gestão em Saúde, Djalma Coelho; a assessora da Subsecretaria de Gestão em Saúde, Aldeniza Araújo; a diretora de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e Saúde do Trabalhador, Marinélia Ferreira; a chefe do Centro de Controle da Tuberculose, Eunice Jácome; o gestor de Análise de Situação de Saúde da Diretoria de Inteligência de Dados (DID), Alexandre Inomata; e Manoel Eduardo de Aquino Tavares, estudante de enfermagem do Paic/Semsa.
Além da sede da Semsa, a pesquisadora Amrita Daftary também visitou a Unidade de Saúde da Família (USF) Parque das Tribos, na zona Oeste da capital. Na terça-feira, 18/3, a especialista vai à Unidade de Saúde da Família Rural (USFR) Nossa Senhora do Livramento, na margem esquerda do rio Negro.
Além de trabalhar na Universidade de York, Amrita Daftary também é afiliada ao Centro de Pesquisa sobre Aids da África do Sul (Caprisa) e dirige um centro de ciências sociais sobre tuberculose, SSHIFTB. Em seus estudos, ela utiliza métodos qualitativos e de ciência da implementação para lidar com os determinantes sociais da tuberculose (TB), incluindo TB resistente a medicamentos e TB-HIV. Ela pesquisa com comunidades afetadas na África do Sul, Índia e Canadá, entre outras regiões.
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Texto e fotos – Tânia Brandão/Semsa