A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), por meio da Escola do Legislativo Senador José Lindoso realizou, nesta sexta-feira (12), um ciclo de palestras em alusão ao 13 de maio, data em que foi decretada a Lei Áurea, que aboliu a escravatura no Brasil. Estiveram presentes alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Nossa Senhora Aparecida, localizada no Centro de Manaus, que assistiram às palestras “Educação Antirracista: A Importância de Educar Nossos Jovens para o Respeito à Diversidade Étnico-racial e Religiosa” e “O racismo e a intolerância são parteiros da modernidade capitalista”.
O projeto “Educando pela Cultura”, coordenado pela pedagoga Jacy Braga, tem sete anos de existência e todos os meses apresenta uma temática voltada para os direitos humanos e cidadania. “Hoje temos a necessidade de fazer um trabalho voltado à educação antirracista. Queremos informar as pessoas sobre a conduta que não se deve ter, que existem legislações que criminalizam e penalizam condutas racistas. Estão aqui presentes jovens estudantes, que são a sociedade futura, que deverão atuar e transformar suas próprias famílias”, defendeu.
Jacy Braga explicou ainda que o programa Educando pela Cultura, além de promover a educação antirracista, defende a tolerância religiosa e o combate ao preconceito religioso. “Nossa miscigenação e a pluralidade racial e religiosa são muito fortes, então é precisa entender que existem outras religiões e é preciso viver em harmonia. Tentamos trabalhar com as pessoas a consciência de ter esse direito de serem o que são e de terem sua contribuição social, independente de sua origem étnica, transformando a postura na sociedade”, concluiu.
“O racismo e a intolerância são parteiros da modernidade capitalista”, palestra ministrada pela professora Lídia de Oliveira, historiadora e especialista em Educação para as Relações Étnico-raciais, abordou sobre a atitude e postura frente ao diferente. “Participo do programa Educando pela Cultura há sete anos e percebo na Assembleia Legislativa a atitude e postura do fazer, do compromisso e da responsabilidade de entender que nós temos um racismo estrutural, que demanda informação e conhecimento para entender tudo que foi isso (a escravidão) e a partir daí tomar para si a resposta de ação”, afirmou.
Lídia de Oliveira elogiou a postura institucional da Aleam de abrir espaço para reflexão e discussão de temas tão importantes. “A Assembleia abre espaço para a reflexão e discussão. Ela oportuniza esses momentos em que trazemos escolas e alunos, a sociedade como um todo, para refletir a questão do racismo e de como ter uma postura antirracista, é uma atividade de grande relevância”, disse.
O dia 13 de maio é uma data de grande significado histórico no Brasil. Neste dia, celebra-se a abolição da escravidão no país, ocorrida em 1888. O dia 13 de maio representa, portanto, um marco importante na luta contra a injustiça e a desigualdade social, simbolizando a conquista da liberdade para milhares de pessoas que foram vítimas do sistema escravista. No entanto, é fundamental reconhecer que a abolição não foi capaz de eliminar as consequências profundas da escravidão, como o racismo estrutural e as desigualdades socioeconômicas persistentes. Assim, o dia 13 de maio também serve como um lembrete para a continuidade da luta por igualdade, inclusão e justiça social no Brasil.
Maiores informações sobre o programa e como participar podem ser obtidas na Gerência de Treinamento da Escola do Legislativo, pelo e-mail ger.treinamento@aleam.gov.br ou pelo telefone (92) 3183-4393.