A Corte e a UEA vêm discutindo uma parceria para implementar o projeto-piloto do metaverso em unidades judiciais do TJAM.
Professores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) apresentaram na terça-feira (27/12) à Presidência do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) uma simulação de uma audiência judicial no ambiente do metaverso – que mescla a “realidade aumentada” e os ambientes virtuais, podendo ser compreendido como uma “vivência” no espaço virtual, conforme especialistas em Tecnologia da Informação.
O juiz auxiliar da Presidência Cássio André Borges, responsável pela área de Precatórios da Corte, participou da simulação e disse ter sido a primeira vez que participava de uma experiência em metaverso, considerando o projeto com grande potencial na área jurídica. “Já tinha ouvido falar sobre o metaverso e acredito que é uma tecnologia que colocará o Tribunal na dianteira da evolução digital”, completou.
A simulação faz parte das ações de uma parceria que vem sendo discutida entre o TJAM e a UEA. O primeiro encontro para buscar a implementação de um projeto-piloto do metaverso em unidades judiciais do Judiciário amazonense aconteceu em outubro deste ano, quando houve uma exposição do projeto. Esse recurso já vem sendo adotado em outros tribunais brasileiros. A Justiça Federal da Paraíba, no mês de setembro deste ano, realizou a primeira audiência judicial do Brasil em um ambiente virtual imersivo e hiper-realista, conforme o portal do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Foi uma sessão conciliatória em que as partes (autora e ré), representadas pelos respectivos avatares customizados em 3D, firmaram um acordo, pondo fim a um processo que tramitava desde 2018.
Além do presidente da Corte, desembargador Flávio Pascarelli, também acompanharam a simulação da audiência a juíza de Direito Sanã Almendros, titular do 15.º Juizado Especial Criminal da Comarca de Manaus; o diretor da Faculdade de Direito da UEA, Alcian de Souza; o professor João da Mata Libório Filho, do Centro de Estudos Superiores de Itacoatiara da UEA; a professora Waldeyde Magalhães, da Faculdade de Ciências da Saúde da UEA; o professor Jeibson Justiniano, da Faculdade de Direito da UEA; além de assessores do TJAM.
SIMULAÇÃO
Na simulação da audiência em ambiente do metaverso, o juiz estava dentro do gabinete do presidente, enquanto o professor Alcian de Souza encontrava-se em outra sala. Os avatares de ambos apareciam em uma tela de TV para que todos pudessem acompanhar a experiência imersiva. O juiz abriu a audiência e o professor fazia o papel do advogado, com o seu avatar respondendo aos questionamentos feitos pelo magistrado.
“Estamos apresentando uma pequena amostra do que se pretende desenvolver em ambiente imersivo no metaverso”, explicou o professor Alcian. “Desde a primeira apresentação dessa ideia (ao TJAM, em outubro deste ano) estamos amadurecendo os escopos do projeto, identificando as tecnologias que podem ser utilizadas e desenvolvidas, além de também observar as adequações necessárias à prática”, acrescentou o professor, enfatizando que a intenção é ouvir o que facilitaria as atividades judiciárias nas audiências e julgamentos para construir ferramentas específicas.
A UEA também está em tratativas com a multinacional Samsung para que a empresa integre o projeto.
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Acyane do Valle
Fotos: Raphael Alves
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