O novo boletim epidemiológico de rabdomiólise associada à Doença de Haff (conhecida popularmente como Doença da Urina Preta) destaca a notificação de apenas dois casos em um período de 20 dias. São 134 casos notificados, sendo 77 compatíveis e 57 descartados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
Os dois novos casos foram registrados nos últimos 20 dias (22/12 a 11/01) em Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus), pela equipe do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Amazonas (CIEVS-AM), coordenado pela FVS-RCP. O boletim está disponível em: https://bit.ly/3nnnHUp.
Os casos considerados compatíveis foram notificados em 10 municípios, sendo eles: Itacoatiara (46), Parintins (12), Manaus (6), Urucurituba (4), Silves (3), Maués (2), Manacapuru (1), Itapiranga (1), Autazes (1) e Caapiranga (1).
Destes, três casos evoluíram para óbito e ocorreram em Itacoatiara, sendo duas mulheres, de 51 e 68 anos, e um homem, de 49 anos. Os óbitos ocorreram em agosto, outubro e dezembro, respectivamente.
Os casos são predominantemente de homens, o que representa 61% (47/77) dos casos, e a faixa etária de 40 a 59 anos foram os mais acometidos, totalizando 40% (31/77) dos casos, seguido pela faixa etária acima de 60 anos, com 23% (18/77). Os peixes consumidos pelos casos compatíveis com a Doença de Haff são: tambaqui, pacu e pirapitinga. A maioria (97%) dos pescados relacionados à síndrome são peixes de vida livre.
O diretor-técnico da FVS-RCP, Daniel Barros, enfatiza que a notificação de apenas dois casos de rabdomiólise em mais de 15 dias indica redução de casos compatíveis, mas enfatiza que a rede de vigilância em saúde está sensível aos casos. “Todas as secretarias municipais de saúde estão preparadas para reconhecer e notificar os casos imediatamente”, afirma.
De acordo com a coordenadora do CIEVS-AM, Josielen Amorim, a síndrome de rabdomiólise, associada à Doença de Haff (que é a investigada no Amazonas), é uma doença ainda em estudo que segue padrões rígidos de verificação. “A investigação acerca dos casos é extremamente criteriosa, devido à síndrome ter causas diferentes que vão além da ingestão de peixes”, destaca.
Força-tarefa
O grupo de trabalho de investigação é composto pela FVS-RCP; Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM); Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD); Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf); Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Universidade Federal do Amazonas (Ufam); Universidade Estadual do Amazonas (UEA); Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz-Amazônia); Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa); e Superintendência Federal de Agricultura no Amazonas (SFA/AM), do Ministério da Agricultura e Ministério da Saúde.
Referência
A FVS-RCP é responsável pela Vigilância em Saúde do Amazonas, que inclui o monitoramento de doenças e a notificação ao Ministério da Saúde, pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS).
A instituição funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, Manaus. Contato telefônico da FVS-RCP (92) 2129-2500 e 2129-2502.
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Por Agência Amazonas
FOTO: Quézia Pinheiro/FVS-RCP