Yonahiker Pinto, 14, cursa o 9º ano na Escola Estadual Cacilda Braule Pinto, no bairro Coroado, na zona leste de Manaus. Ele é venezuelano e chegou na capital pouco antes do início da pandemia iniciar. O adolescente foi vacinado no dia 14 de agosto e disse estar feliz em poder voltar com toda a turma e conviver com colegas que conhece tão pouco.
Há 45 minutos
Por Agência Amazonas
Aulas 100% presenciais. Foto: Eduardo Cavalcante/Seduc-AMEsta segunda-feira (23/08) foi diferente para os mais de 230 mil estudantes da rede pública estadual, que voltaram às aulas 100% presenciais e puderam reencontrar toda a turma. Depois de 18 meses com aulas via TV aberta e internet e, posteriormente, no sistema híbrido, eles chegam às escolas com a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e cheios de vontade de manter a rotina que estava fazendo falta.
Para a colega dele, Letícia Moura, o período de ter aulas on-line e híbridas foi bom, mas ela sentia falta de reencontrar os amigos. “Eu estou muito feliz reencontrando meus colegas e espero que seja tudo ótimo. Eu consegui acompanhar, fazer algumas tarefas, mas acho que o presencial é melhor, porque aprendo mais. Ainda estamos mantendo distanciamento social, usando máscara, respeitando as medidas. Todo mundo está se prevenindo. Tem algumas pessoas que ficam mais próximas, mas a gente chama atenção e está sendo assim”, frisa a jovem.
“Me sinto bem, vou voltar a ver os amigos e colegas. Depois da pandemia e tudo que aconteceu, estamos voltando e é um novo começo. Aqui no presencial, aprendemos mais coisas, se tenho dúvidas de algo, pergunto ao professor e ele responde. Temos que continuar com o distanciamento e usando máscara. Na hora do recreio, tiramos um momento para comer e depois colocamos de volta, já é um consenso entre nós”, destaca o estudante.
“É um ano e meio sem se encontrar, a turma que eu estou hoje era do 6º ano quando começou a pandemia, eles mal se conheceram, e agora voltaram no meio do 7º ano. Hoje é um dia eufórico para eles, eles comentaram que é um momento de saudade. Saudade das aulas, de encontrar com o outro, de falar, saber como está, saber que está vivo, vacinado. Essa questão da saudade para eles é um sentimento muito forte. Eu perdi muitos familiares, eles também, e é preciso falar disso”, iniciou a docente.
Abordagem diferenciada
A pandemia deixou ausências familiares em grande parte da população e lidar com o luto e a saudade é importante para seguir com a vida. Pensando nisso, a professora de Ensino Religioso e de Artes, Cláudia Cardoso, tratou o tema “saudade” nesta primeira aula com toda a turma, abordando as várias faces que ela apresenta.
Cuidados
A vacinação para adolescentes entre 12 e 17 anos com comorbidades foi liberada pelo Governo do Amazonas no dia 13 deste mês. No dia seguinte, iniciou a vacinação para aqueles sem comorbidades. Dez dias depois do início da imunização para esse público, 82% já tomaram a primeira dose.
“Hoje na sala de aula, como é aula de Ensino Religioso, falei sobre saudade logo no início, falei que ia ser um momento de matar a saudade, mas uma saudade mais contida, retraída, pelo fato de a gente não poder se abraçar, não estar muito perto um do outro. Esse retorno é muito importante para nós, professores. É importante porque é o retorno das aulas, é o que a gente faz, a gente é professor de ensino presencial e entrar na aula remota foi um desafio para nós, foi um desafio, muitos de nós tivemos que nos adaptar, voltar a estudar, trabalhar nessa questão do ensino remoto”, finalizou a docente.
Além da imunização parcial, as escolas reforçam com os alunos a necessidade do uso de máscara em todas as dependências das escolas e retirá-las somente para se alimentar, usar sempre álcool em gel, manter as mãos higienizadas e não compartilhar objetos pessoais, por exemplo. As escolas vão manter o rodízio de turmas na hora da merenda, com limpeza dos espaços entre as turmas.