15:43 – 21/02/2020
FOTO: DIVULGAÇÃO/FCECON
Pesquisadores se reuniram em Brasília (DF), entre os dias 18 e 20 de fevereiro, para o treinamento do projeto de coleção de imagens – I Cervicais, que utilizará inteligência artificial para detectar lesões precursoras de câncer no colo do útero. A diretora de Ensino e Pesquisa (DEP) da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), Kátia Luz Torres, foi uma das pesquisadoras que participaram da ação.
O projeto é uma cooperação internacional entre o Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (NIC) e a Fiocruz Brasília. A Fundação Cecon é uma das instituições que participam do projeto.
Inteligência artificial – Segundo a pesquisadora Kátia Luz Torres, o I Cervicais captura imagens do colo uterino. Com auxílio da inteligência artificial, o objetivo é que a tecnologia seja utilizada no futuro para identificar as lesões precursoras de câncer de colo uterino, que são causadas pelo Papilomavírus humano (HPV).
“Através de uma foto, essa captura pode agilizar o encaminhamento das mulheres para o tratamento em unidades de saúde. A perspectiva é usar essa tecnologia em áreas remotas, onde o acesso a exames é mais difícil”, explica Kátia Luz Torres.
Treinamento – Esta fase de coletas teve início em Brasília e nos próximos meses vai iniciar em Manaus. A pesquisadora da FCecon é uma das cientistas que participaram do treinamento, que ocorreu no hospital universitário da Universidade de Brasília (UNB).
“Fizemos o treinamento e validação dos protocolos utilizados na pesquisa junto ao hospital universitário da UNB, já acompanhando as primeiras coletas para replicar o treinamento em Manaus nessa fase da coleção de imagens do colo do útero para inteligência artificial, um dos braços do estudo”, disse a diretora de Ensino e Pesquisa da FCecon.
O estudo – O projeto I Cervicais e o Projeto Manejo de Risco de Câncer Cervical: Avaliação de novas estratégias de rastreio e triagem baseadas em testes de HPV, também conhecido como Projeto Marco, vão identificar qual a melhor estratégia de rastreamento de câncer cervical, ou câncer de colo do útero.
Ao todo, cerca de 40 mil mulheres nos serviços de saúde do Distrito Federal e de Manaus serão alvo da pesquisa. A escolha dessas cidades tem relação com o elevado risco de novos casos de câncer, em comparação com o restante do país.
A iniciativa, junto com o reforço da vacinação contra o HPV, busca reduzir o número de mortes por câncer de colo do útero no Brasil.
Os dois projetos buscam descobrir a eficácia de novos testes de rastreio e triagem que se baseiam em HPV, especialmente por meio do uso de dispositivos de autocoleta, método utilizado na Austrália, por exemplo, que deve erradicar o câncer de colo uterino nos próximos anos.
Dispositivos de autocoleta permitem que a própria mulher, sozinha, introduza o aparelho no canal vaginal, sendo semelhante a um aplicador de creme vaginal. É um método utilizado em vários países desenvolvidos por populações com dificuldades de acesso à saúde. O material retirado é analisado em laboratório para testes moleculares para detecção do DNA do HPV.
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