O selo de Indicação Geográfica (IG) é um reconhecimento do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), publicado na “Revista da Propriedade Industrial”, edição nº 2.579, que chegou como um incentivo para a Associação dos Produtores de Abacaxi da Região de Novo Remanso (Encarem). O registro engloba o cultivo do fruto nas localidades de Novo Remanso e Vila do Engenho, em Itacoatiara; Santa Luzia da Manápolis, zona rural de Rio Preto da Eva; e São Francisco do Caramuri, zona rural de Manaus. As informações são da Encarem.
O abacaxi da região de Novo Remanso, distrito do município de Itacoatiara (distante 176 quilômetros de Manaus), foi destaque nacional neste ano de 2020. Em junho, o fruto recebeu o selo de Indicação Geográfica (IG), na categoria Indicação de Procedência (IP), do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). E, em novembro, o cultivo de abacaxi de Novo Remanso foi declarado Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Amazonas, por meio da Lei nº 5.306, sancionada pelo governador Wilson Lima.
“Inegavelmente, o abacaxi do Amazonas, sobretudo do Novo Remanso, tem uma baixa acidez e é um produto diferenciado, muito doce, reconhecido pelo consumidor do Amazonas. E a partir da Identificação Geográfica daquela região, garantindo a procedência desse produto diferenciado, certamente esses produtores serão mais reconhecidos e valorizados”, frisou o titular da Sepror, Petrucio Magalhães Júnior.
Os agricultores que trabalham com este cultivo recebem apoio do Governo do Amazonas, por meio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado (Idam) e da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror). Dos 94,3 milhões de abacaxis produzidos no Amazonas no ano passado, 68,9 milhões (73%) foram provenientes do distrito de Novo Remanso, considerado o maior produtor de abacaxi do estado. Os dados são do Relatório de Atividades Trimestrais do Idam, que indica ainda que a região possui atualmente uma área plantada estimada em 3 mil hectares e cerca de 1,3 mil produtores rurais trabalhando com a atividade.
De acordo com o diretor-presidente do Idam, Valdenor Pontes Cardoso, a produção de abacaxi da comunidade de Caramuri significa grandes vitórias e carrega muitos simbolismos.
Caramuri – Com um volume de produção semanal, em torno de 6 mil frutos de abacaxi, a comunidade do Caramuri, na zona rural de Manaus, deve produzir 900 mil frutos da cultura agrícola até o final deste ano. A safra em 2019 foi de 700 mil frutos produzidos. Entre janeiro e junho de 2020, foi feita a colheita de 500 mil abacaxis. Para o ciclo de 2021, o volume estimado é de 1,2 milhão. A expansão do cultivo e o célere escoamento são resultados dos incentivos do Governo do Amazonas para o fomento da produção na localidade.
Patrimônio – Diante deste cenário promissor, no dia 6 de novembro deste ano, foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) a Lei nº 5.306, que declarou o abacaxi de Novo Remanso como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Amazonas. Para o gerente do Idam em Itacoatiara, Luciano Lobo Pinheiro Vaz, a lei é um reconhecimento que se traduz em motivo de orgulho para o Amazonas e para os amazonenses que apreciam o abacaxi.
“Vitória da comunidade que se organizou, vitória do Governo do Amazonas, por meio do Idam, que apoiou essas famílias, e vitória dos produtores, que demonstraram que é possível fazer uma agricultura com sustentabilidade na Amazônia, resultando em produtos de qualidade, como o abacaxi produzido nessa região”, disse Valdenor, ao destacar que a organização dos produtores é fundamental principalmente para aqueles que possuem pouca estrutura e que, quando organizados, é possível disputar outros mercados.
O presidente do Encarem, Daniel Leandro, reforça que o abacaxi de Novo Remanso traz em seu contexto histórico a luta por desenvolvimento, a busca de novas tecnologias, as técnicas de plantio que fizeram toda a diferença para a qualidade, o sabor adocicado com o mínimo de acidez, entre outros fatores. Ele reafirmou que a expectativa dos produtores é de expandir a comercialização e exportar o fruto para novos mercados.
“Isso estimula o produtor a cada vez mais procurar práticas de manejo adequado para o cultivo, porque agrega valor ao fruto e garante qualidade ao consumidor. Enfatizo que este reconhecimento irá valorizar ainda mais a cultura local. Portanto, isso só foi possível porque os produtores usaram técnicas de qualidade, fazendo com que o produto final apresentasse um ótimo sabor e baixa acidez”, comemora Luciano Vaz.