“O setor de turismo está se recuperando de acordo com o ritmo da economia”, disse hoje (27), à Agência Brasil, no Dia Mundial do Turismo, o economista Antonio Everton, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com o Índice Cielo de Vendas do Turismo (ICV-Tur), o faturamento atingiu, em julho deste ano, R$ 20,478 bilhões, alta de 9% em relação a junho e de 1,5% sobre igual mês do ano passado. Em julho, foram gerados pelo setor turístico 25.049 novos empregos no país em relação ao mesmo mês de 2018.
Para o economista, “isso é muito bom, porque a economia está crescendo em um patamar baixo, mas está crescendo”.
No acumulado dos sete primeiros meses de 2019, o faturamento do setor turístico total alcançou R$ 136,731 bilhões no país, um aumento de 1,1% em comparação ao mesmo período de 2018 (R$ 135,181 bi), com o maior volume de receita dos últimos quatro anos. Há um crescimento gradual, segundo a pesquisa da CNC.
Já nos 12 meses encerrados em julho, o faturamento atingiu R$ 237,774 bilhões, expansão de 1,4% em relação ao período agosto de 2017 a julho de 2018 (R$ 234,592 bi).
Os segmentos de restaurantes e similares e de transporte de passageiros representaram 80,5% da receita total do setor, com faturamento de R$ 10,844 bilhões e R$ 5,641 bilhões e crescimento de 4,9% e 20,2%, respectivamente, em relação a junho.
“Como o setor de turismo se caracteriza por atividades intensivas de uso de mão de obra, o número de empregos e de faturamento refletiu a decisão do consumidor em relação aos gastos essenciais, que são alimentação e transporte”.
As atividades de serviço ligadas à alimentação e transporte concentraram os maiores negócios do turismo no acumulado de janeiro e julho de 2019, em atendimento à demanda dos consumidores, que efetuam seus maiores gastos, disse o economista da CNC.
Faturamento
O Sudeste, que concentra a maior riqueza do país, tem a maior população e representa 61% do faturamento global do turismo, é a região que apresentou maior faturamento em julho (R$ 12,533 bilhões), superando em 275,7% os números apurados no Sul (R$ 3,336 bilhões). Em seguida, aparece a Bahia, na Região Nordeste, com receita de R$ 713,4 milhões.
O ranking é liderado por São Paulo, com faturamento de R$ 8,423 bilhões, equivalendo a 41,1% das vendas nacionais das empresas relacionadas ao turismo, seguido do Rio de Janeiro (R$ 2,134 bilhões e participação de 10,4% no total).
Em seguida, estão Minas Gerais (R$ 1,629 bilhão e 8% de participação) e Paraná (R$ 1,222 bilhão ou 6% do total da região).
Nos quatro estados, segundo o economista, é onde ocorrem os maiores gastos dos turistas, mostrando maior faturamento das empresas ligadas ao segmento do turismo.
Emprego
Segundo economista da CNC, o número de pessoas empregadas no turismo nacional representa uma parcela de quase 3 milhões de indivíduos, ou 7,6% do contingente total de empregados com carteira assinada do país (38.828.681). Os segmentos de hospedagem e alimentação e cultura e lazer geraram, em julho deste ano, 33.745 e 1.399 novos empregos, respectivamente, enquanto o segmento de transporte demitiu quase 11 mil empregados.
Devido aos ajustes feitos pelas empresas ao fim da temporada de inverno e por boa parte em função da nova legislação trabalhista, ocorreu em julho, em relação a junho, redução de 2.308 postos de trabalho, concentrados 64% em hospedagem e alimentação e 31% em transporte de passageiros.
A pesquisa de Empregabilidade da CNC revela que, em julho de 2019, o saldo foi negativo em 2.308 postos de trabalho, enquanto a economia experimentou no período saldo positivo de 43.820 entre admissões e demissões.
A análise entre julho de 2019 e igual mês de 2018 mostra que todas as regiões do Brasil tiveram saldo positivo de mão de obra, destacando o Sudeste, com 12.030 empregos criados, e o Centro-Oeste, com 6.113 postos de trabalho. Por estados, a liderança foi registrada em São Paulo, com criação de 14.087 empregos formais. Em contrapartida, as empresas do turismo do Rio de Janeiro responderam por 4.633 demissões.
Antonio Everton destacou os esforços que o governo vem fazendo, que se destinam a proporcionar maior alavancagem à economia.
“Temos acompanhado o esforço do governo no sentido das reformas, do ajuste fiscal que é doloroso e complexo, esbarra em interesses, mas ele vai ser necessário para arrumar a casa e criar condições para que o setor público retome seus investimentos mais para a frente. Ou seja, estamos em um momento de transição que outros países já passaram e depois, sustentadamente, retomaram a atividade econômica”, analisou.
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Edição: Maria Claudia