A valorização do médico veterinário, a importância do setor na economia e a responsabilidade da profissão na vida do povo do Amazonas foram debatidos na Sessão Especial ao Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-AM), na manhã desta segunda-feira (09), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). A proposta foi do deputado estadual Wilker Barreto (Podemos), presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Zona Franca – CICZFM.
Em homenagem ao dia do médico veterinário, comemorado nesta segunda-feira, o evento contou com a presença de diversos convidados, como do presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-AM), Haruo Takatani; do vice-presidente, José Augusto Omena; do fundador do CRMV no Amazonas, Manoel Del Carmen; do tenente-coronel do Centro de Veterinária da Polícia Militar da Amazônia, Akel Cavalcante; e outros médicos veterinários.
“Todos nós sabemos da importância do médico veterinário em nossas vidas, no cotidiano e na cadeia da economia. O mercado de pets, animais, é de bilhões no Brasil, mas o mercado é muito maior que isso. É um desafio para o setor, precisamos saber onde o Estado está errando no que diz respeito ao controle de alimento. Tenho a visão econômica e, com a visão técnica da área, essa união pode gerar frutos positivos para o nosso povo. O veterinário é responsável pela comida que chega até a mesa da população”, explicou Barreto.
O presidente do CRMV-AM, Haruo Takatani, reforçou, ainda, que a atuação da medicina veterinária é abrangente e envolve todos os setores da economia primária. “A categoria médica veterinária tem oitenta tipos de atuação. Nós estamos presentes diariamente na mesa do consumidor. Desde a produção, da sanidade animal, transporte, parte do abate, até a inspeção. Isso é uma responsabilidade muito grande. Com a evolução e advento da tecnologia, somos responsáveis pela esterilização dos animais, pela saúde animal. Tem que ter sensibilidade, por isso, a profissão é importante e tem que ter paixão para atuar”, comentou o presidente, que ainda criticou a falta de infraestrutura por parte do Governo para acompanhar o crescimento da medicina veterinária no Estado.
“Infelizmente não avançamos nos recursos humanos. Quando chegamos aqui, existiam 33 agroindústrias. Hoje tem mais de duzentas unidades, porém, não temos estrutura. Isso influencia na qualidade do produto. Então, essa é a nossa luta diária e por isso enaltecemos a ajuda do deputado para que as coisas caminhem com excelência”, comentou Haruo.
Sepa sem veterinários
No debate, ainda foi colocado pelo presidente do Sindicato dos Servidores da Fiscalização Agropecuária do Amazonas, Cristian Aguilera, que o Amazonas soma apenas 13 fiscais e o Estado tem 33 concursados para convocar e, assim, honrar pactos feitos à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esse quantitativo poderia combater diretamente a Febre Aftosa e outras doenças que impactam na exportação da carne bovina. Além disso, foi visualizado que a Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura (Sepa), atualmente, não conta com veterinários.
“A importância dessa solenidade que marca o dia do médico veterinário foi fundamental para reunirmos todas as áreas da atuação e chamar a atenção da categoria no serviço público. Ao longo dos anos, a gente tem feito o máximo de tirar o produtor rural da irregularidade, para que ele entre na indústria de maneira correta e que possa garantir a qualidade do seu produto, sem ter medo de nada. O problema é que o Governo não nos ajuda. A Adaf (Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas) está com problemas de recursos humanos, mesmo tendo um concurso vigente, mas o governo não entende. O Estado assumiu um compromisso de conquistar o título de livre da febre aftosa, mas não chama os quase 40 médicos veterinários, os 90 técnicos e engenheiros agrônomos. Já existe uma manifestação no Ministério Público do Estado recomendando que o Governo faça esta convocação urgente”, explica Aguilera.
Ciente das dificuldades enfrentadas pela profissão, Wilker ressaltou que vai estar empenhado nas busca por melhorias da profissão na tribuna da Assembleia e pediu uma relação mais estreita do Conselho com a Aleam. “Se existe essa defasagem na mão de obra do controle das políticas sanitárias, estamos expondo a população ao risco. A ausência de infraestrutura e recursos humanos no setor primário é muito grave. O Conselho tem autoridade para nortear a Casa para termos capacidade técnica para legislar sobre a matéria. Faço apelo por parte do Conselho para que se possa consertar os erros, porque não é falta de médico veterinário. O governo não prioriza a saúde em geral”, criticou Wilker.
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Fotos: Edmar Perrone/Aleam