Alunos e professores de escolas das redes municipal e estadual de ensino do Japiim, zona Sul, estarão participando, nos próximos dias 28 e 29/11, do projeto Pavulagem Científica na Lagoa, que acontecerá no parque Lagoa Senador Arthur Virgilio Filho, no período da manhã. A proposta do projeto, desenvolvido em parceria pela Prefeitura de Manaus e o Laboratório de Pláncton, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), é oferecer à população o acesso ao conhecimento científico acerca do lago, que é um dos atrativos do parque e vem sendo alvo de trabalho de pesquisa do instituto.
Além de ter contato com informações científicas, dadas pelos próprios pesquisadores, os participantes poderão tirar dúvidas sobre o processo de despoluição dos mananciais da cidade e como fazer para ajudar na preservação. Estarão presentes as escolas municipais José Wanderley Ramos Leite e Padre Puga e as estaduais Ondina de Paula, Luiz Vaz de Camões e Leandro Félix de Azevedo, todas situadas no entorno do parque. Para o pesquisador do Inpa, Edinaldo Nelson dos Santos Silva, coordenador do projeto, a participação do público estudantil é de fundamental importância.
“A participação dos estudantes das escolas próximas será muito importante, porque ampliará o alcance da mensagem que queremos divulgar. Além disso, a participação de jovens e crianças é fundamental para replicar dessa mensagem e eles devem entender todo esse processo de poluição dos corpos de água urbanos e a responsabilidade de cada um nesse processo”, afirmou o pesquisador.
O convite às escolas foi feito pelo gestor do parque, Diego Pacheco. Segundo ele, todos abraçaram a causa e irão levar os alunos em caminhada até o parque, para sensibilizar a comunidade. “A iniciativa foi muito bem-recebida e terá uma repercussão positiva junto aos moradores do bairro, que precisam entender e se envolver com a causa da limpeza e proteção da lagoa e nada melhor que conhecer a lagoa, sua coloração, a existência de vida aquática no local, a ausência de condições de balneabilidade, entre outras questões”, explica Diego. A participação das escolas será nos dois dias do projeto.
Serão montados sete estandes no entorno da lagoa para responder às seguintes perguntas: “Por que a lagoa do Japiim é verde?”, “O que é alga e por que cresce tanto?”, “Por que fede em alguns pontos?”, “Essa água faz mal?”, “Como alguns bichos conseguem sobreviver e o que mais pode crescer na lagoa” e “Tem solução?”. Todas as respostas serão dadas de forma lúdica por meio de demonstrações científicas. No estande de número sete, será realizada uma peça teatral para as crianças, sobre o processo de poluição dos rios, igarapés e lagos, com jogos e brincadeiras.
O projeto faz parte do trabalho de um grupo de pesquisadores e alunos do doutorado em Biologia de Água Doce, do Inpa, que vem analisando amostras de água da lagoa com a finalidade de permitir a produção, em escala experimental, de algas que possam ser utilizadas como alimentos para alevinos e, consequentemente, promover a melhoria da qualidade da água da lagoa.
Durante o “Pavulagem Científica”, o público poderá conferir o estudo. A intenção é mostrar que as algas existentes em larga escala na lagoa podem ser utilizadas para remover o excesso de nutrientes dos efluentes descartados no local. Desde 2017, o manancial conta com uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), inaugurada pelo prefeito Arthur Virgilio Neto, permitindo a redução da carga de dejetos lançados no local. A pesquisa do Inpa conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam).
“Após essa primeira fase, se os resultados forem promissores, realizaremos cultivos de algas em larga escala para retirar o excesso de nutrientes. As algas produzidas alimentarão organismos que, por sua vez, servirão para alimentar larvas de peixes que são utilizados na piscicultura regional”, destaca o pesquisador Edinaldo Silva, explicando que o cultivo de algas contribuirá para a limpeza da água da lagoa por meio da biorremediação, usando um organismo vivo.
Foto – Divulgação / Semmas