Levantamento vai auxiliar STF na alocação ideal de servidores nas diversas áreas da Corte
O Supremo Tribunal Federal deu início a um levantamento que vai identificar as necessidades de pessoal dos diferentes setores da Corte para definir o quantitativo ideal da força de trabalho para o desenvolvimento das atividades. O projeto Dimensionamento da Força de Trabalho (DFT), desenvolvido em parceria com a Universidade Brasília (UnB), será mais um instrumento que busca concretizar uma das metas do ministro Dias Toffoli, que é a eficiência dos serviços prestados pelo STF a partir de modernas ferramentas de gestão e tecnologia da informação.
O DFT já vem sendo aplicado em outros órgãos públicos, como o Tribunal Superior Eleitoral e alguns do Poder Executivo, sob coordenação do Ministério da Economia. A proposta baseia-se na utilização de estratégias com intuito de contribuir para que a organização esteja preparada para atender demandas atuais e futuras, selecionando as pessoas com perfil adequado, na quantidade necessária e nos lugares certos ao longo do tempo. “O projeto vai dar ao Tribunal um instrumento para, de forma científica, dizer a quantidade adequada de servidores para determinada atividade”, afirma o diretor-geral do STF, Eduardo Toledo.
O projeto
O modelo é fundamentado em estudos científicos que unem dados quantitativos e qualitativos, matemáticos e comportamentais, adaptados à realidade do Tribunal. Depois de sistematizadas, informações como o tempo e a complexidade de cada tarefa, entre outras, permitem o cálculo do quantitativo ideal de pessoas alocadas estrategicamente para desenvolver os processos de trabalho.
Para o diretor-geral do STF, outra vantagem na adoção do sistema é a possibilidade de atualizações ao longo do tempo, de modo a acompanhar mudanças que ocorram nos processos de trabalho, propiciando ao Tribunal um instrumento de gestão contínuo, moderno, com critérios objetivos, mensuráveis e de metodologia clara, envolvendo a análise de vários componentes.
Desenvolvimento
Dez equipes de pesquisadores da UnB iniciaram nesta semana o trabalho de levantamento e coleta de informações. Serão dimensionadas 50 unidades do Tribunal, ao longo de 15 meses.
Coordenada pelos professores da UnB André Luiz Marques Serrano e Pedro Paulo Murce Meneses, doutores em Economia e Psicologia, respectivamente, a execução do projeto também conta com auxílio de servidores do STF, que participam diretamente dos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento, acompanhando e internalizando a nova metodologia.
Eficiência
O princípio constitucional da eficiência administrativa, previsto no artigo 37, caput, da Constituição Federal, visa garantir a excelência na prestação dos serviços públicos por meio da racionalização da máquina administrativa, unindo qualidade, celeridade e menor custo no trato com os bens públicos.
Nesse contexto, antes de se tornar uma recomendação do Tribunal de Contas da União, a iniciativa já era objeto de estudo no Supremo, na busca de alternativas com o intuito de adequar a instituição ao cenário de restrições orçamentárias – sem perder o foco na eficiência de suas ações –, tendo em vista que a Emenda Constitucional nº 95/2016 impôs limites para os gastos públicos para o período de 20 anos.
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