O Memorial da Câmara Municipal de Manaus (CMM) recebeu nesta terça-feira (7/5) uma exposição de bioinstrumentos, organizada pela Comissão de Cultura e Patrimônio Histórico da Casa. Tambor d’água, chocalho de jatobá e pau de chuva foram alguns dos instrumentos musicais, que reproduzem os sons da floresta, confeccionados e tocados durante o evento pelo músico, cantor, compositor e poeta amazonense Celso Braga e demais integrantes do grupo Gaponga.
A exposição foi aberta pelo vereador Gedeão Amorim (MDB), presidente da Comissão de Cultura e Patrimônio Histórico da Casa e que contou com a participação do presidente da CMM, Joelson Silva (PSDB) e a vereadora Professora Jacqueline (PHS), presidente da Comissão de Educação. Além de pessoas da comunidade e funcionários da Câmara, visitaram a exposição, alunos e professores do Centro Municipal de Arte e Educação Aníbal Beça.
Joelson Silva disse que o legislativo municipal se sentiu honrado em ser a primeira instituição a abrigar a exposição de bioinstrumentos e destacou a importância do trabalho de promoção e divulgação da cultura e da arte desenvolvido por Celdo Braga, líder do grupo Gaponga. “É uma grande honra para nós abrirmos nossas portas para abrigar esse projeto, que contagia a todos pela sensibilidade e inovação”, afirmou.
Gedeão Amorim reiterou o compromisso da Comissão de Cultura de contribuir para a promoção e divulgação da arte, cultura e história do povo manauara e disse que pretende cumprir com esse objetivo aproximando a população da Câmara para eventos como a exposição de bioinstrumentos.
Celdo Braga agradeceu a oportunidade de realizar a exposição na CMM, reconhecida como a Casa do povo manauara. “O espaço aberto é emblemático, porque Manaus não conhece a si mesmo. Não se reconhece. Daqui vamos levar o projeto para outras instituições”, afirmou.
Na oportunidade Celdo Braga anunciou que fechou parceria com o governo do Estado e que, a partir agora os bioinstrumentos criados por ele e o grupo Gaponga serão adotados no curso de formação dos alunos do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro.
Durante a exposição, entre uma canção e outra, Celdo Braga e os músicos do Grupo Gaponga deram explicações sobre a concepção, confecção e a sonoridade de cada instrumento.
Na canção Água Doce, composição de Celdo Braga, o instrumento usado foi um anteparo de cacho do Inajá, palmeira típica do Amazonas, que cheio de água e cuias se transformou em um “tambor d’água”. Nas palavras do compositor, nas entrelinhas, a canção traz o clamor dos mananciais de água doce que estão poluídos. “É um apelo pela revitalização dos igarapés que estão poluídos”, disse Celdo Braga, chamando atenção para o aspecto ambientalista do projeto.
Além de Celdo Braga, nascido em Benjamin Constant, na região do Alto Solimões, fazem parte do Grupo Gaponga, o violinista e guitarristas, Neil Armstrong Jr., nascido em Parintins, a terra do Boi Bumbá; o músico e artesão João Lúcio, também parintinense, que divide com Celdo a criação de alguns dos instrumentos; e a professora de canto e violão, Sofia Amoedo, amazônida nascida no estado do Pará.
A exposição reúne dezenas de instrumentos musicais que reproduzem os sons da floresta, todos construídos a partir de sementes, cuias, cascas de arvores, resíduos de madeira e material descartado, como por exemplo, tubos de papelão.
Texto: Dora Tupinambá – Dircom/CMM
Fotos: Robervaldo Rocha e Aguilar Abecassis – Dircom/CMM