O governo federal deverá promover todos os anos, em parceria com os governos estaduais, feiras de ciência e tecnologia envolvendo as escolas públicas de ensino médio e fundamental. É o que determina relatório do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) ao PLS 360/2017, aprovado nesta terça-feira (2) na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). A análise do projeto já pode seguir para a Câmara dos Deputados, a menos que haja recurso pedindo análise no Plenário do Senado.
O projeto original, da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), propunha a promoção das feiras de ciências no ensino médio. O relator, porém, alterou o texto para estender o incentivo também ao ensino fundamental.
— É preciso dinamizar o ensino de ciências no Brasil e aproveitar os espaços didático-pedagógicos para desenvolver nos estudantes não somente o gosto pelo método científico, mas também competências fundamentais para o trabalho, ligadas à inovação e ao senso crítico. E as feiras de ciência e tecnologia são instrumentos preciosos, pois atuam em duas frentes: ao mesmo tempo em que contribuem para a formação dos estudantes, também oferecem espaço para a disseminação da produção de iniciação à educação científica, promovendo pesquisa e inovação — afirmou o senador na leitura de seu relatório na comissão, em 4 de junho.
Alessandro ainda mencionou que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) já lança editais visando conceder recursos para a realização de feiras científicas, tanto em nível médio como fundamental.
Fenômeno nos EUA
A autora do projeto lembrou que as feiras educacionais de ciência e tecnologia são um fenômeno de grande popularidade nos Estados Unidos.
“Nos EUA, a Intel ISEF (International Science and Engineering Fair), mostra de trabalhos científicos do ensino médio, ocorre desde 1950. O evento tem o objetivo de incentivar a pesquisa científica entre estudantes pré-universitários. Todos os anos, milhares de estudantes dos 50 estados americanos e de outros 75 países têm a oportunidade de expor trabalhos científicos e concorrer a US$ 4 milhões em prêmios. Já no Brasil, infelizmente, as feiras científicas e tecnológicas ainda constituem um fenômeno pouco comum no cotidiano escolar”, lamentou Maria do Carmo na justificativa da proposta.