Mais de cem jovens do ensino fundamental e médio assistiram à palestra sobre o tema: “Depressão/Suicídio e Conflitos Familiares”.
A Coordenadoria da Infância e Juventude (COIJ), do Tribunal de Justiça do Amazonas, que tem como coordenadora a juíza da Infância e Juventude Cível, Rebeca de Mendonça Lima, realizou nesta segunda-feira (19) a abertura do novo ciclo de palestras do projeto “Justiça e Cidadania”, na Escola Estadual Manoel Severiano Nunes, localizada no bairro Alvorada 2, zona Centro-Oeste da capital. O evento contou com a presença do juiz titular da Infância e Juventude Infracional, Eliezer Fernandes Júnior, que representou o Tribunal e a coordenadora da COIJ; da promotora de Justiça Vânia Marques Marinho, titular da 28.ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude e do defensor público Mário Wu, da Defensoria Especializada na Infância e Juventude do Amazonas. Mais de cem jovens do ensino fundamental e médio assistiram à palestra sobre o tema “Depressão/Suicídio e Conflitos Familiares”, proferida pela pedagoga Eliana Hayden, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), parceira do projeto.
O juiz Eliezer afirmou que as ações de sensibilização de jovens estudantes, sobre a justiça e a cidadania, permitem o maior conhecimento e exercício de direitos e deveres por parte de crianças e adolescentes. Para o magistrado, o tema abordado na palestra desta segunda-feira é de grande importância nacional, sendo um alerta aos jovens. “Temos assistido nos meios de comunicações, a matérias jornalísticas sobre o grande número de adolescentes cometendo suicídio, muitas vezes pela depressão e por distúrbios mentais; verificando, também, um alto índice de jovens praticando infrações, pelo uso contínuo de drogas; pela falta de escolas; de emprego; possivelmente pela falta de orientação familiar e do Estado. A depressão vem atingindo adolescentes, principalmente na faixa etária de 14 aos 18 anos, e o suicídio é, atualmente, a terceira causa de morte na adolescência”, ressaltou o magistrado.
O juiz Eliezer Fernandes Júnior exaltou a importância da Justiça se engajar em projetos de conscientização de crianças e adolescentes, como o “Justiça e Cidadania”, da Coij, e o “Descobrir Direitos e Deveres”, organizado pelo Juizado da Infância e da Juventude Infracional. “Isso se baseia, principalmente, em realizar atividades dinâmico-educativas, interativas com os adolescentes da rede pública de ensino, englobando noções dos principais direitos e deveres deles, oportunizando a troca de informações e a participação dos envolvidos em conjunto com organizadores e mediadores. O ‘Justiça e Cidadania’ tem também a função de informar sobre os direitos e deveres das crianças e dos adolescentes de acordo com a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente e coincide com nosso projeto, que é o ‘Descobrir Direitos e Deveres’, bem com outro, também importante, que é sobre o Estatuto e os temas abordados, serão: ECA; direitos e deveres; drogadição; situação nos tempos atuais; sobre prevenção; sobre outras medidas; violência familiar; violência contra a mulher; educação sexual; cuidados e prevenção; doenças sexualmente transmissíveis; gravidez na adolescência; o trabalho sobre os menores e até os benefícios e malefícios da internet”, informa o magistrado.
A promotora de Justiça Vânia Marques Marinho falou sobre a importância de aproximação com os adolescentes. “Se a gente conseguir fazê-los entender, que eles têm vez e voz, já é uma grande coisa. Nessa fase da vida, como ser especial, em desenvolvimento, é muito difícil conseguir chamar a atenção deles para que assumam o papel que lhes cabe dentro da sociedade. Acredito ser de fundamental importância que a gente traga a eles esse conhecimento de que eles têm direitos a ser respeitados. Mas que também têm deveres que devem ser cumpridos, que a vida é uma troca, uma via de mão dupla e que eles possuem, na estrutura da rede da Infância e Juventude, a Promotoria de Justiça, não como aquele algoz do filme americano que é o acusador, mas na Promotoria da Infância e Juventude Cível uma estrutura de busca de garantia e defesa desses direitos deles”, ressaltou a promotora.
O defensor público Mário Wu afirmou que a parceria na jornada é de grande relevância para a divulgação das atividades e conhecimentos aos jovens do papel de cada instituição. “A Defensoria Pública é parceira do Poder Judiciário nessa empreitada da Justiça nas escolas. Essa parceria reúne o sistema de garantia dos direitos da criança e a rede de proteção no sentido de levar a conscientização às crianças e aos adolescentes sobre seus direitos e seus deveres. A Defensoria Pública é a porta de acesso à Justiça e, como é um trabalho gratuito, a gente coloca isso à disposição de toda criança e todo adolescente. Seja para representar direitos próprios da infância, aqueles direitos que ela tem a representação dos pais, seja os direitos que conflitam com seus próprios pais por abuso, negligência, maus tratos. Esse é um dos trabalhos que a Defensoria Pública realiza”, explicou Mário Wu.
Palestras continuam
O ciclo de palestras prossegue na quinta-feira (22), na Escola Estadual João dos Santos Braga, também na Cidade Nova, com o tema “Depressão/Suicídio e Conflitos Familiares”, mais uma vez apresentado pela psicóloga Ketlen Nascimento, da Seas, e que terá como público-alvo alunos do ensino fundamental, e o tema “Moral e Ética”, em palestra para alunos do ensino médio, proferida pela assistente social da Coordenadoria da Infância e Juventude do TJAM, Jane Nagaoka .
“Violência” será o tema da última palestra do ciclo, que será ministrada na sexta-feira (23), na Escola Estadual Eliza Bessa Freire, no bairro Jorge Teixeira, para alunos do ensino fundamental. As palestrantes serão a pedagoga Eliana Hayden e a Psicóloga Amanda, ambas da Semed.
Sandra Bezerra
Fotos: Acervo da COIJ
Revisão de texto: Joyce Tino
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