Revistas em unidades prisionais, busca por entorpecentes, por pessoas perdidas e armas de fogo. O emprego de cachorros em apoio à atividade policial é amplo. Este ano, a Companhia Independente de Policiamento com Cães (CipCães), da Polícia Militar, já participou de mais de 170 operações focadas no combate a diversos crimes.
Estampando o brasão na coleira com o lema “Lealdade e Proteção”, os cães do CipCães são os heróis de quatro patas e o xodó dos policiais militares. Treinados e especializados em encontrar entorpecentes, armas de fogo, explosivos, pessoas perdidas em área de mata ou floresta e cadáveres, os animais cumpriram seu papel nas ações policiais desencadeadas este ano.
Como saldo desse trabalho, houve quatro prisões e apreensões de cinco adolescentes, cinco armas de fogo, seis simulacros de arma de fogo, três coletes à prova de balas e 2.600 gramas de entorpecentes. Além do trabalho ostensivo e de rastreio de material ilícito, o CipCães conta com os cães Brutus e Leon, que atuaram em 15 revistas em presídios de Manaus. Dentre as operações, os cães auxiliaram no cumprimento de dez mandados de prisão, quatro reintegrações de posse e 18 apresentações cívicas, feitas pela cadela Cacau.
De acordo com o comandante do CipCães, major Eduardo Freitas, atualmente a companhia possui 23 cachorros, um efetivo de 43 policiais militares e um veterinário plantonista para lidar com emergências relacionadas aos animais. “Temos 18 anos de existência, somos divididos em quatro núcleos, que são busca e captura, busca e resgate, faro de narcóticos e armamento, além de faro de explosivos”, informou.
Mais que um simples meio de aplicar a lei e servir à sociedade, os cães da polícia são um exemplo de confiança e cumplicidade com seu parceiro policial. Treinados e disciplinados, são capazes de farejar todo tipo de material utilizado para cometer crimes.
Habilidades exclusivas – Dentre os cães atuantes no Estado, o CipCães destacou o trabalho de sete animais que atuam cirurgicamente em diferentes áreas. Segundo o tenente Newton Neto, o cão da raça Pastor Belga de Malinois, batizado como Phantom, é o único do país treinado para patrulhas em selva sem o uso da guia, atividade que exige um nível altíssimo de adestramento.
Para atuar em busca e resgate de pessoas perdidas, o labrador Amarun vem sendo treinado há nove meses, e hoje é um cão pronto para esse tipo de missão. Única cadela no Estado capaz de farejar explosivos, Jully trabalha principalmente em vistorias de segurança, ações antibomba, revistas em aeroportos ou operações em parceria com o grupamento Marte.
Treinados para atacar e imobilizar suspeitos assim que recebem o comando, os cães Brutus e Leon são empregados no núcleo de guarda e proteção, responsáveis por auxiliar os policiais em ações antitumulto, revistas e rebeliões em presídios, na extração e contenção de presos, e também nas operações ostensivas da Polícia Militar.
“A gente aproveita o fator psicológico do cão sobre o ser humano, o temor que o cão exerce sobre o ser humano, para evitar qualquer tipo de agressão de tumulto”, afirmou o tenente.
Considerada a mascote da companhia, a cadela Vênus trabalha há seis anos na identificação e apreensão de entorpecentes. “Um dos carros-chefe da companhia é a detecção de narcótico. Hoje nós temos um plantel de seis cães, sendo três operantes e três em treinamento. E dentre eles está a Vênus, uma cadela bem experiente e de duplo emprego. Ela é treinada para encontrar drogas e armas de fogo”, informou Newton Neto.
Para demonstração em desfiles e também para lidar com crianças e idosos, a dócil e engraçada Cacau, uma dobermann de 3 anos de idade, é especialista em fazer rir ao se fingir de morta ou convalescente. Sempre desfila ao lado do parceiro nas ações policiais.