Reitores da USP, Unicamp e Unesp ressaltaram a internacionalização das universidades para aumentar qualidade da pesquisa
Entre 21 e 30 de agosto, a capital paulista sediou as atividades da São Paulo School of Advanced Science on Science Diplomacy and Innovation Diplomacy, realizada na Universidade de São Paulo (USP).
Durante o evento, os reitores da USP, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) defenderam a internacionalização e a consolidação do ambiente internacional acadêmico, de modo a melhorar a diversidade e a qualidade na pesquisa.
Vale destacar que a iniciativa teve o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), por meio da modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA). A instituição é vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico.
Parcerias
De acordo com os organizadores da Escola, a diplomacia científica tem o objetivo de aproximar países mediante intercâmbios e parcerias entre pesquisadores, universidades e institutos de pesquisa.
“Embora pareçam termos da moda, tanto a internacionalização quanto a inovação são ferramentas importantes para as universidades de pesquisa. A internacionalização assegura a melhora na qualidade”, salientou o reitor da USP, Vahan Agopyan, à Agência Fapesp.
Segundo o reitor, 40% dos parceiros da USP são top 20 em seus respectivos países. “E 44% dos artigos que publicamos são em parceria com pesquisadores de outros países”, completou. Vahan Agopyan também afirmou que a universidade pretende, nos próximos anos, estreitar relações com empresas e instituições da América Latina e do Pacífico.
Colaborações
O reitor da Unesp, Sandro Valentini, destacou que, embora a internacionalização seja um elemento importante para diferentes rankings de universidades, o assunto tem ganhado maior relevância em discussões recentes, com maior visibilidade para a diplomacia científica.
“A internacionalização do Ensino Superior e da pesquisa no Brasil não é um processo recente. Com o suporte de agências de fomento federais e estaduais, no caso de São Paulo, a Fapesp, cientistas estabeleceram colaborações internacionais seja durante seus estudos fora ou desenvolvendo pesquisa colaborativa”, enfatizou à Agência Fapesp.
Marcelo Knobel, reitor da Unicamp, enfatizou que é preciso atrair pesquisadores estrangeiros para que haja internacionalização. “A principal motivação em estreitar colaboração e trazer estrangeiros para as nossas universidades está no fato de que os resultados são sempre positivos. Quando há estudantes e pesquisadores de outros países integrados à universidade, significa que há culturas e maneiras de pensar diferentes. E isso é o básico em uma universidade”, afirmou à Agência Fapesp.
Estrutura
Em palestra antes do encontro dos reitores, o diretor-científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, afirmou que colaboração é muito mais que mobilidade de pesquisadores.
“A mobilidade é uma consequência de haver projetos de pesquisa colaborativos, concebidos e escritos conjuntamente. Há competitividade e estrutura de pesquisa no Estado de São Paulo, que atrai pesquisadores estrangeiros e permite o trabalho em conjunto”, disse à Agência Fapesp.
A fundação tem apoiado a intensificação de pesquisas colaborativas a partir de acordos com agências de fomento, institutos e universidades, ou ações unilaterais, como a atração de professores visitantes e jovens pesquisadores.
Nos últimos anos, houve um aumento da colaboração internacional nas pesquisas apoiadas pela Fapesp. Em 2011, a fundação destinou R$ 20 milhões para apoiar pesquisas em colaboração internacional; em 2018, o total de recursos para essa modalidade de pesquisa foi de R$ 180 milhões.