A contratação sem licitação feita pelo Governo do Amazonas com a Organização Não Governamental (ONG), chamada de Movimento Brasil Competitivo (MBC), no valor de R$ 4 milhões, deixou o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) estarrecido, na manhã desta terça-feira (2). A ONG, situada em Brasília, vai ficar responsável em fazer o estudo e o desenvolvimento da reforma administrativa da máquina publica.
Informado pela imprensa e de posse dos documentos do Portal da Transparência do Governo, Wilker utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para classificar a atitude do governo como ‘brincadeira’, principalmente por não aproveitar os servidores qualificados presentes no Estado.
“Penso que já vi de tudo nesse governo, em seis meses. São quatro milhões do sofrido povo do Amazonas. Isso é absurdo, é um escárnio com a opinião pública. O governo quer gastar quatro milhões com uma ONG para fazer um dever de casa que é obrigação do governo. O estado tem técnicos qualificados para isso, mas precisamos ser socorridos por uma ONG de Brasília? Se fosse gratuito, ótimo, mas vamos pagar com o suor do povo do Amazonas. É brincadeira”, disparou Barreto nada contente com o contrato da Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplanct) que vai pagar para a MBC R$ 339 mil por mês com valor global de R$ 4 milhões.
Diante do fato, o parlamentar ainda lembrou que até hoje é esperado um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o sistema penitenciário. Isso porque, a gestão do governo Wilson Lima, por meio da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap), dispensou licitação para contratar a FGV por R$ 1,76 milhão para fazer serviços de estudo de modelagem. A empresa é alvo de investigação por suspeita de superfaturamento. A resenha da portaria nº 47/2019, que trata da contratação, foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) em edição do dia 10 de maio.
Pesadelo Sul e Sudeste
O deputado Wilker Barreto ainda repercutiu na tribuna a análise feita pelo jornal O Globo, assinada pela jornalista Ana Lucia Azevedo, e publicada nesta terça-feira. O material afirma através de dados científicos que a floresta que desaparece na Região Norte, impacta no Sul do país, pois a chuva gerada por ela fará falta, para beber e plantar. E quando a floresta queima, ardem os pulmões de quem vive no Sudeste.
A reportagem ainda evidenciou estudos que mostram relação direta entre a seca no Sul da Amazônia e a diminuição das chuvas que permitem a existência das florestas do oeste do Paraná, como as cataratas do Parque Nacional do Iguaçu e as que protegem a Usina de Itaipu.
“Na quinta-feira (30), em Brasília, conversei com o deputado federal por São Paulo, Roberto de Lucena, que tem três mandatos e é presidente do Podemos Verde. Sustentei a ele que São Paulo, Sul e Sudeste, teriam que ser os verdadeiros protetores da Amazônia. Para minha surpresa, hoje tem uma matéria no jornal O Globo, que comprova aquilo que a Ufam fala desde 2013 quando eu fazia mestrado: a devastação da Amazônia tem relação direta com a crise hídrica do Sul e Sudeste”, afirmou.
Ainda segundo Wilker, São Paulo precisa assumir o seu papel e o Brasil necessita proteger e conservar o meio ambiente. “Aquela crise hídrica em São Paulo há alguns anos é o retrato do que pode acontecer futuramente. Se devastarmos ou mudarmos a matriz econômica para a matriz industrial extrativista, quem vai sentir o dissabor dessa mudança é nosso maior algoz. É necessário incorporarmos este discurso para chamar atenção que a devastação é um pesadelo para o sul e sudeste, e que o Brasil é um só. Este modelo não é vilão e a comunidade científica atesta isso”, frisou.
Gabinete do Deputado Wilker Barreto (PHS)
Texto: Assessoria do Deputado
Anderson Silva (92) 99173-7780 / 99906-2653
Nathalia Silveira (92) 98157-3351
Gabinete (92) 3183-4324
Foto: Wilkinson Cardoso