Os integrantes da Associação de Catadores de Lixo de Parintins (Ascalpin) estão trabalhando em conjunto com o Governo do Estado para promover o primeiro Festival Folclórico de Parintins com coleta seletiva. A campanha já apresenta resultados significativos, que estão sendo comemorados pelos catadores locais.
Para a catadora Raimunda Andrade, de 79 anos, um dos principais ganhos é a conscientização da população a respeito da causa ambiental e do trabalho dos catadores.
“Agora as autoridades estão nos enxergando, pois já temos 15 anos nessa luta, e foi só neste governo que nos procuraram para uma ação como esta. Isso está melhorando muito a situação para a gente. Antes colocávamos os resíduos nas costas e carregávamos por toda a cidade, ou pagávamos o transporte, e quando chegava para nós era bem pouco dinheiro, mas nunca abandonamos a causa. Agora temos o caminhão trazendo os resíduos e nós fazemos o trabalho de orientação e separação”, explicou.
A catadora Tereza Casemiro ressaltou o apoio da população. “Com a educação ambiental, o povo já está nos ajudando, mas ainda tem muita gente que joga material reciclável no lixo comum. Esperamos que isso mude, pois é bom para a cidade, para o catador e para o meio ambiente”, disse.
Agentes ambientais – Ao todo, 16 catadores da Ascalpin estão trabalhando no Festival, em conjunto com voluntários e equipes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e Prefeitura de Parintins. A presidente da associação, Marcivone Casemiro, frisou que o catador é também um importante agente ambiental.
“O catador não vai só catar para gerar uma renda, mas também pela causa ambiental. Todo o material que coletamos deixa de ir para o lixão. Para a gente é um prazer imenso fazer o trabalho que fazemos, e o meio ambiente agradece por isso”, afirmou Marcivone.
Festival com consciência ambiental – O secretário estadual do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, destacou que a ação é importante para dar visibilidade para o grupo de trabalhadores que já atua no município.
“O Festival pode gerar não apenas benefícios econômicos para a cidade, mas também ambientais e sociais. Nosso sonho é ver Parintins como a capital ecológica do Amazonas, começando com o festival”, disse Taveira.
Ao todo, são 48 ecopontos instalados em toda a cidade destinados à coleta de plástico, lata, papelão e vidro. O material é destinado aos catadores da Ascalpin.
“Uma das bandeiras que o Festival sempre levanta é a da preservação da Amazônia, por isso o Governo realiza campanhas para que a festa de Caprichoso e Garantido sirva de exemplo no item ambiental”, reforçou o diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente.