Mulheres vítimas de violência enfrentam uma realidade difícil e angustiante, mas o programa Ronda Maria da Penha se destaca como um apoio vital. Esta iniciativa, criada pela polícia Militar do Amazonas (PMAM), visa combater a violência doméstica e familiar, proporcionando proteção efetiva e acompanhamento contínuo às mulheres que se dispõe a denunciar seus agressores.
Nos primeiros nove meses deste ano, o programa Ronda Maria da Penha registrou um aumento notável de 50% nas fiscalizações de medidas protetivas, passando de 1.820 para 2.730 fiscalizações em comparação ao ano anterior. Este aumento é um sinal de que as mulheres estão buscando mais a ajuda e que o programa está trabalhando incansavelmente para garantir sua segurança.
A comandante do programa, major PM Priscila Alencar, expressa com orgulho que, ao longo dos 11 anos de funcionamento, nenhuma das mulheres assistidas se tornou vítima de feminicídio. Este resultado incrível reflete o comprometimento das equipes policiais em proteger as mulheres vítimas de violência, que recebem assistência fundamental após denunciarem agressões.
“Nosso trabalho começa na delegacia, onde as vítimas são acolhidas por um policial militar treinado. Após a emissão das medidas protetivas pelo Judiciário, iniciamos o acompanhamento e fiscalização contínua da situação”, explica a comandante. Esse cuidado próximo e dedicado tem mostrado eficácia na diminuição de riscos e na recuperação emocional das mulheres assistidas.
O Ronda Maria da Penha vai além da fiscalização; ele promove também um ambiente seguro para que as mulheres possam se reerguer. Um exemplo inspirador é a cantora Jhenifer Borher, que encontrou apoio através do programa após sofrer agressões de seu ex-companheiro, um lutador de MMA. Jhenifer compartilha como as visitas regulares da equipe e o acompanhamento contribuíram para que ela reconstruísse sua vida: “Recebi apoio essencial que me deu força para seguir em frente.”
Importante mencionar que o programa Ronda Maria da Penha opera em diversas cidades, além da capital, como Parintins, Manacapuru, Tabatinga, Careiro Castanho, Coari e Tefé, ampliando assim seu alcance e impacto no combate à violência. Há mais de seis anos, o sargento PM Freires, um valoroso membro da equipe, destaca que a missão do programa vai além de apenas proteger. O objetivo principal é educar e conscientizar a população sobre a violência doméstica, por meio de palestras e iniciativas que buscam mudar essa triste realidade.
Os policiais militares que atuam no Ronda Maria da Penha recebem uma capacitação rigorosa que abrange legislação, comportamento e abordagem humanizada, preparando-os para atender as mulheres vítimas de violência com o respeito e a atenção que merecem. A preparação é crucial, pois as visitas periódicas às vítimas requerem não só habilidades práticas, mas também uma imensa empatia e compreensão das complexidades envolvidas nas situações de violência doméstica.
Em suma, mulheres vítimas de violência têm em mãos um recurso crucial para sua defesa e recuperação através do programa Ronda Maria da Penha. Com o aumento no número de fiscalizações e a formação contínua dos policiais, o programa se posiciona como um exemplo importante no combate à violência contra a mulher, promovendo não apenas proteção, mas também uma nova chance de recomeço para essas mulheres corajosas.
