Dengue é um tema crucial no Amazonas, especialmente com o recente registro de uma redução de 43,2% nos casos da doença entre 1º de janeiro e 21 de agosto. Durante este período, foram confirmados apenas 3.687 casos, em comparação com 6.487 do mesmo intervalo em 2024. Essa redução não só é significativa, mas também ressalta a importância da prevenção e das iniciativas públicas em curso. O acompanhamento tem sido feito pela Fundação de Vigilância em saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), parte da Secretaria de Estado de saúde (SES-AM).
A FVS-RCP tem se esforçado para monitorar a propagação do Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da dengue, através do Departamento de Vigilância Ambiental (DVA). Este órgão, em colaboração com a Gerência de Arboviroses (Garbo), presta apoio técnico aos 62 municípios do estado para o enfrentamento da dengue.
Tatyana Amorim, diretora-presidente da FVS-RCP, enfatiza que essa diminuição nos registros é resultado do trabalho conjunto entre a fundação e a população. “É fundamental intensificar as medidas de prevenção para garantir que essa redução se mantenha”, alerta Tatyana. Elder Figueira, responsável pelo DVA, destaca que a vigilância deve ser constante. “Precisamos lembrar que esse é um esforço coletivo. Cada cidadão tem um papel vital na eliminação de água parada, que PODE se tornar ambiente para a reprodução do mosquito”, ressalta.
Entre os dados mais preocupantes, a maior quantidade de casos de dengue foi identificada em adultos na faixa etária de 20 a 39 anos, com 1.332 registros. Em seguida, as estatísticas mostram 867 casos em pessoas de 40 a 59 anos, 645 casos em jovens de 10 a 19 anos, 493 casos em crianças menores de 10 anos e 350 em idosos com mais de 60 anos.
Uma das medidas estratégicas adotadas no controle da dengue é o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), realizado trimestralmente nos municípios do Amazonas. Este levantamento é essencial para mapear áreas de risco e estruturar respostas rápidas ao combate da dengue.
No último levantamento, feito entre abril e junho de 2025, 49 dos 62 municípios do Amazonas relataram a presença do Aedes aegypti. Desses, 2 foram classificados como de alto risco, 17 como de médio risco e 30 apresentaram baixo risco para a doença. Os municípios identificados com risco elevado precisam receber atenção especial das equipes de saúde, que devem intensificar as ações de prevenção.
A dengue PODE se manifestar através de sintomas como dor de cabeça, dor muscular, febre alta, dor retro-orbital, exantema, náuseas, vômitos e cansaço extremo. A prevenção é a melhor estratégia contra a dengue, e isso envolve a eliminação de focos de água parada que podem servir de criadouros para o mosquito. Itens como garrafas, vasos de plantas, pneus, bebedouros de animais, sacos plásticos, lixeiras, tambores e caixas d’água devem ser inspecionados regularmente.
Uma das recomendações é adotar um checklist semanal que, em apenas 10 minutos, possibilita identificar e eliminar possíveis criadouros do Aedes aegypti. Essa ação simples PODE ter um impacto significativo na redução dos casos de dengue no Amazonas.
O controle da dengue é uma responsabilidade coletiva que envolve tanto os órgãos públicos quanto cada cidadão. Com conscientização e ação conjunta, é possível manter os números de casos baixos e proteger a saúde da população.