Amazonas Green Jazz Festival foi uma noite mágica e histórica, realizada no dia 06 de agosto, no emblemático Teatro Amazonas. Durante este festival, a Amazonas Band, anfitriã do evento, teve a honra de receber o multi-instrumentista, compositor e arranjador Jovino Santos Neto. O evento não apenas celebrou a música, mas também homenageou a rica ancestralidade e a narrativa amazônica, mostrando a profunda conexão do artista com a Amazônia.
Neste espetáculo, foi realizado o lançamento mundial do álbum “A Onça e o Pajé”, uma obra monumental gravada ao vivo durante o festival do ano anterior, agora cotada para o Grammy na categoria Large Jazz Ensemble Album e Melhor Composição Instrumental. A faixa-título dura impressionantes 12 minutos e foi cuidadosamente composta por Jovino para a Amazonas Band, inspirando-se nas mitologias e na espiritualidade dos povos indígenas da floresta.
“Essa música é quase um filme”, destacou Jovino, ao compartilhar a história envolvente que a faixa narra. Ela retrata a jornada de uma onça preta, chamada Yauaretê Pixuna, e um menino índio, Uyu Puyuh Ira, que busca se tornar um pajé. Para isso, ele precisa da canela da onça para fazer sua flauta sagrada, a jacobete. O enredo mostra como o encontro, que poderia ter um final trágico, se transforma em uma UNIÃO espiritual entre os dois seres.
Jovino Santos Neto não é apenas um músico talentoso, mas também um biólogo de formação, com uma ligação profunda com a Amazônia. Ele esteve em um ponto crucial de sua carreira quando foi aprovado para um mestrado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), mas decidiu seguir a música, quando Hermeto Pascoal o convidou para integrar sua famosa banda. “Fiquei 15 anos com o Hermeto, tocando por todo o mundo, mas a floresta nunca saiu de mim”, compartilhou, evidenciando seu amor pela natureza.
Radicado há mais de trinta anos em Seattle, nos Estados Unidos, Jovino é também professor de música no Cornish College of the Arts e celebrou a parceria com a Amazonas Band. Ele comentou: “Tocar com uma big band é algo raríssimo; exige uma estrutura enorme. A produção aqui é impecável. É como lançar um foguete”.
Durante o concerto, além da faixa principal, Jovino apresentou composições inéditas e arranjos especiais de clássicos que fizeram parte de sua trajetória musical, incluindo “Você Já Foi à Bahia?” de Dorival Caymmi, “Brigas Nunca Mais” de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e “Bebê” de seu mentor Hermeto Pascoal.
O maestro Rui Carvalho, regente da Amazonas Band, sublinhou a importância do projeto artístico. Ele afirmou: “Gravar e apresentar esse espetáculo com o Jovino é um marco para nós. É um trabalho inédito, que nos desafia e nos faz crescer musicalmente. Estamos muito orgulhosos por ter gravado esse álbum aqui no festival e agora lançá-lo mundialmente”.
O Amazonas Green Jazz Festival, organizado pelo Governo do Amazonas, através da Secretaria de Cultura e economia criativa, segue até o dia 10 de agosto, prometendo mais surpresas na programação. Na quinta-feira, a apresentação conta com Rony Ferreira e Orquestra Som do Nordeste. Na sexta, o Cleber Almeida Quarteto convida Diego Garbin e, para encerrar em grande estilo, no sábado e domingo, a Amazonas Band receberá Ivan Lins e Gilson Peranzzetta. Além disso, a “Casa do Jazz” terá uma programação paralela no Largo de São Sebastião, incluindo uma exposição e venda do livro que comemora os 25 anos da Amazonas Band, um testemunho histórico de sua trajetória musical.
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