Com a participação de mais de 70 representantes de 43 instituições do governo, academia, empresas e organizações sociais, a Finep, em parceria com o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), e a Secretaria de Economia Verde do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com apoio do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), validaram, nesta quinta-feira (5/9), uma Declaração com 30 princípios e critérios norteadores para a construção de uma política nacional de fomento à ciência, tecnologia e inovação na Amazônia. O documento, que será levado ao presidente Lula, foi entregue ao secretário de Relações Institucionais da Presidência da República, ministro Alexandre Padilha, no encerramento do Workshop Iniciativas de Pesquisa e Inovação para a Amazônia, que aconteceu nos dias 4 e 5/9, em Manaus (AM).
Segundo as recomendações e princípios elencados no documento, deverão ser considerados, em futuros editais destinados ao financiamento da pesquisa e inovação na região, o impacto local e regional, integração de saberes, sustentabilidade, inovação em Bioeconomia, inserção de profissionais da região na região, cooperação em redes, escala e replicabilidade, interdisciplinaridade, inclusão social e equidade, infraestrutura científica, alinhamento com prioridades dadas pelo Estado brasileiro, inovação, monitoramento e avaliação, potencial econômico e soberania, e empreendedorismo.
O objetivo da Declaração, que será ainda aprimorada, é construir consensos sobre os critérios orientadores para o desenvolvimento do ecossistema produtivo e de ciência, tecnologia e inovação amazônico e, em especial, para as agências de fomento e sistema financeiro, a fim de promover o desenvolvimento sustentável da região de forma coordenada e coerente. O documento traz, em destaque, a necessidade de ampliação dos recursos para a região.
Durante o encontro, o público convidado debateu sete propostas de pesquisa e inovação para a região Amazônica, algumas já em andamento, com o objetivo de unir esforços dos mais variados grupos de pesquisa, em torno de um projeto mais amplo que envolva a parceria entre ICTs e empresas.
Entre as propostas analisadas, constam a Iniciativa de Projetos de Alto Impacto para a Amazônia, um formato de consórcios entre pesquisadores, instituições de pesquisa e empresas, que traz o desafio de promover crescimento econômico orientado pela sustentabilidade, inclusão social e geração de empregos de alta qualificação; os arranjos territorializados de conhecimento para a Sociobioeconomia; a Rede Amazônica de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade; e o Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade Amazônica.
“Com essa nova proposta, queremos nortear o desenvolvimento de um conjunto de ações no tema da Bioeconomia, tendo como um de seus focos o de transformar a vida dos brasileiros por meio de inovações sustentáveis e inclusivas”, afirmou o presidente da Finep, Celso Pansera.
Os debates foram orientados levando em consideração o projeto de transformação ecológica da Nova Indústria Brasil (NIB); o protagonismo regional e as demandas atuais de fortalecimento da cooperação científica e tecnológica na Amazônia atual.
“Nós não podemos deixar escapar essa oportunidade, de ter um governo que acredita na ciência e sabe que o desenvolvimento sustentável do país passa pela Amazônia brasileira”, completou o ministro Padilha.