Familiares passam de geração em geração sua paixão pelas danças folclóricas
FOTO: David Martins / Secretaria de Cultura e Economia Criativa
O 66° Festival Folclórico do Amazonas é uma celebração que transcende gerações, na qual a arte e a tradição se entrelaçam e juntas são responsáveis por entregar os espetáculos apresentados para o grande público. Muitos dos brincantes, que hoje se apresentam no festival, carregam consigo uma herança cultural passada de pai para filho, mantendo viva a essência dessa festa regional.
Ewerton Silva, chefe da Ciranda Rosas de Ouro, é um exemplo vivo dessa tradição que ultrapassa gerações. “A Rosas de Ouro foi fundada no dia 10 de julho de 2001, então temos aí 22 anos de história. Iniciamos no bairro Armando Mendes e, hoje, uma das fundadoras é vice-coordenadora, tendo passado a presidência para seu filho, que está à frente do grupo há mais de 10 anos. Para nós, é uma honra fazer parte deste grupo, que é uma verdadeira família, e hoje vamos mostrar um espetáculo belíssimo na arena”, afirma Ewerton.
A Ciranda do Binha tem uma história semelhante de dedicação familiar. Aldeir Dos Santos Cruz, presidente de honra, relembra seus primeiros passos como brincante na ciranda: “Eu faço parte da Ciranda do Binha desde os 18 anos. Comecei como brincante junto com meu irmão Binha. Após a morte dele, transformamos a Brotinha da Ciranda em Ciranda do Binha”, afirma o veterano.
“Hoje, meus filhos também participam. Meu filho é apresentador, uma filha é brincante constante, e o outro filho faz parte do cordão de Cirandeiro. Este ano será meu último ano à frente da ciranda e, a partir de amanhã, meu filho assumirá a liderança”, relata Aldeir.
Entre os mais jovens que perpetuam essa tradição estão Luana Cruz, de 17 anos, e André Cruz, de 42 anos, ambos influenciados pelo pai e pela avó. “Comecei a dançar porque meu pai sempre esteve envolvido com a Ciranda, mas foi minha avó quem realmente me incentivou. Ela me colocava na roda como cupido, e mesmo com vergonha, eu participava. Danço desde 2016, e agradeço muito à minha avó por isso”, conta Luana emocionada.
André Cruz, por sua vez, descreve sua jornada: “A ciranda sempre fez parte da minha vida desde a infância. Na adolescência, comecei a participar dos ensaios e meu pai me incentivou a dançar. Isso fez crescer em mim o desejo de fazer parte do grupo. Já participei de todas as áreas, da dança à direção, e hoje sou apresentador. Tenho orgulho de estar envolvido há 20 anos.”
O Festival Folclórico do Amazonas mostra ser mais do que apenas uma festa, é uma celebração de laços familiares e tradições que resistem ao tempo. Seu legado com a arte e cultura se renova de geração em geração, mantendo viva uma das mais tradicionais expressões artísticas regionais;
As apresentações seguem diariamente, no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, de segunda a sábado, às 20h, e domingo, às 19h, até o dia 24 de julho. Nos dias 26 e 27 de julho, o Festival Folclórico do Amazonas se transfere para o Sambódromo, onde acontece a disputa dos bois-bumbás de Manaus.
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