“Nowhê” marca o reencontro da coreógrafa Yara Costa com a companhia após 20 anos
O Corpo de Dança do Amazonas (CDA), junto com a coreógrafa e artista amazonense Yara Costa, apresentaram nesta terça-feira (05/09), no Teatro Amazonas, em comemoração aos 25 anos do Corpo Artístico, o resultado de uma jornada única na criação do novo trabalho que agora compõe o repertório da companhia: o espetáculo “Nowhê”.
Yara Costa, que foi bailarina, assistente de coreografia e coreógrafa no CDA entre 1998 e 2004, com obras como “Dual” e “Quem te conduz?”, traz em “Nowhê” (vovô em Baniwa), a cultura indígena e a técnica do balé aéreo para a dança. Para ela, a estreia é uma homenagem à natureza e às suas raízes, revivendo memórias e explorando novas alturas.
“Depois de 20 anos que eu saí do CDA, retornar para construir um espetáculo como ‘Nowhê’, que me reporta a duas linhas de pesquisa que eu venho desenvolvendo na minha companhia de dança, que são a cultura dos nossos ancestrais e da floresta e o balé aéreo, é simplesmente incrível”, define Yara Costa.
A coreógrafa diz se sentir acolhida pela direção e pelos bailarinos do CDA. “É um trabalho que foi muito colaborativo. Toda a equipe participou em todos os elementos cênicos. Esse meu retorno está sendo como uma cura, de fato. Porque, quando eu saí do CDA, eu ainda queria mais. E tive que sair para assumir a UEA. A vida tem essas escolhas”, afirma.
De acordo com Yara, o novo trabalho lhe dá a certeza de que pode continuar contribuindo com a dança no Amazonas. “Retornar agora, com esse grupo mais jovem também é uma forma de fortalecer mais os vínculos. Estou feliz”, conclui Yara.
O diretor artístico do CDA, Mário Nascimento, descreve Yara como uma grande profissional e um talento da terra. “Já era minha intenção há algum tempo chamá-la por tudo o que ela representa não só para o CDA, mas para a dança do Amazonas. Ela é uma dádiva para nós nesse momento pela maneira com que ela trabalha, com que contribui para o CDA nesses 25 anos e também pela história dela com a companhia”, diz o diretor.
Mário Nascimento afirma que tem buscado, em sua gestão frente ao CDA, trazer pessoas que representam a dança do Amazonas para contribuir com a companhia. “A professora Yara é uma dessas pessoas”, diz.
O diretor artístico também ressalta o caráter coletivo do trabalho desenvolvido por Yara. “É um trabalho coletivo no qual ela fez a concepção, mas o processo foi totalmente coletivo, com todos contribuindo, não só o elenco, mas toda equipe esteve imbuída nesta criação”, definiu.
Comemoração
Comemorando 25 anos de existência, o CDA saiu em circulação este ano com a turnê “Amazônia”, com espetáculos de Mário Nascimento, Rosa Antuna, Yara Costa, Andressa Miyazato, Regina Advento e Jorge Garcia. Segundo o produtor artístico da companhia, a programação já foi marcada pela estreia de “Caput – Art 5”, de Jorge Garcia, e agora segue com mais um espetáculo inédito.
A circulação está acontecendo desde março, com direito a duas temporadas em São Paulo e em Belo Horizonte. Encerrando o ano, a companhia ainda vai realizar temporadas no Rio de Janeiro e Goiânia.
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Criado em 1998, o CDA é referência em dança contemporânea. E além de realizar espetáculos, o grupo desempenha atividades escolares e de experiência profissional com a população, como os projetos “Dança, arte e escola: Espetáculo didático” e “In Loco”, em parceria com o curso de Dança da Universidade do Estado do Amazonas – UEA.