Etapa final do prêmio deve trazer descobertas sobre o território amazônico em tempo real
O Amazonas foi anunciado como sede da etapa final do prêmio XPRIZE Florestas Tropicais, maior competição de sustentabilidade do mundo. O anúncio foi feito em Manaus, neste domingo (27/08), durante a Glocal Experience Amazônia. O prêmio visa o desenvolvimento de novas tecnologias para o mapeamento da biodiversidade das florestas tropicais do mundo.
O XPRIZE Rainforest é uma competição global de cinco anos, que reúne especialistas de diferentes disciplinas em um desafio, para usar novas tecnologias para acelerar o monitoramento da biodiversidade tropical. Financiado pelo Instituto Alana, o XPRIZE Rainforest premiará os vencedores com 10 milhões de dólares.
A articulação para que o Amazonas sediasse o evento começou na Cúpula da Amazônia, em Belém. Na sexta-feira (25/08), o Governo Federal firmou um termo de parceria com a XPRIZE Foundation para que a competição fosse realizada na Amazônia brasileira, no segundo semestre de 2024.
Segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, proteger a Amazônia e as pessoas que vivem nela depende da nossa capacidade de entender e proteger a nossa sociobiodiversidade, por isso a importância da iniciativa, que reúne grandes cientistas de todo o mundo e trará resultados diretos para o Estado, que detém a maior floresta tropical do mundo.
“A gente está muito feliz porque é uma concorrência muito grande para levar essa final para países que têm biodiversidade e o governador Wilson Lima tem aproveitado todos os espaços que ele participa para divulgar o esforço que o Amazonas tem feito para conservar a floresta em pé, ao mesmo tempo em que reduz a pobreza. Obviamente isso tem chamado a atenção de vários parceiros, de vários iniciativas como a própria EXPRIZE, pra conhecer melhor essas estratégias e pra colocar o Amazonas também para encontrar essas soluções”, ressaltou.
“Nós tivemos a semifinal em Singapura em 2022, onde nós anunciamos os seis finalistas e agora nós estamos felizes em anunciar que a próxima etapa será feita aqui no Amazonas. Quero agradecer ao secretário Taveira, ao governador Wilson Lima e ao governo do Brasil por todo o suporte para fazer isso acontecer”, pontuou o vice-presidente executivo de Biodiversidade e Conservação da XPRIZE, Peter Houlihan.
Sobre o prêmio
A competição entrou na reta final após quatro anos de trabalho envolvendo 100 grupos de cientistas de 40 países, com tecnologias que incluem o sequenciamento de material genético ambiental, drones com sensores bio acústicos, uso de robótica terrestre, inteligência artificial e ciência cidadã.
Seis equipes estão selecionadas para a final, sendo três dos Estados Unidos, uma da Suíça, uma da Espanha e uma do Brasil, da cidade de Piracicaba (SP). Os brasileiros desenvolveram uma tecnologia envolvendo arranjos de sensores, robótica terrestre e drones com podadores projetados para coletar amostras de DNA ambiental para avaliação.
No segundo semestre de 2024, os finalistas devem ser capazes de pesquisar 100 hectares da floresta amazônica em 24 horas e relatar as descobertas mais importantes feitas em tempo real, em até 48 horas. O objetivo será demonstrar escalabilidade e maximizar o desempenho tanto no levantamento da biodiversidade quanto na produção de soluções compatíveis com os desafios do bioma.
As descobertas das equipes vão beneficiar o Brasil e mais nove países na América Latina, África e Ásia, que possuem florestas tropicais em seus territórios.