O estudo busca viabilidade econômica e alternativa de produção para o setor primário
Contribuir para a melhoria dos sistemas de produção de hortaliças por meio da avaliação de tecnologias para o cultivo protegido e hidropônico de minitomates do tipo grape, além de capacitar técnicos envolvidos no setor primário do Estado do Amazonas, são metas de uma pesquisa apoiada pelo Governo do Estado, por meio do Programa Estratégico de Desenvolvimento do Setor Primário (Prospam) – coordenado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Ainda em fase de finalização do primeiro ensaio em campo, a pesquisa intitulada “Produção de tomate em hidroponia automatizada com uso de substrato e capacitação tecnológica em cultivo protegido” está desenvolvendo um aplicativo para Android para auxiliar nos cálculos que definem os novos pontos de ajuste na reposição e calibragem da solução nutritiva do tomate.
De acordo com o coordenador da pesquisa, doutor em Agronomia, Francisco Célio Maia Chaves, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o primeiro plano é avançar no conhecimento, mas, o principal é validar as tecnologias para um sistema de produção de tomate em cultivo protegido hidropônico com o uso de substrato.
“Ao validar, estabelecer parâmetros técnicos e viabilidade econômica, tem-se a alternativa de produção para o setor primário”, disse o pesquisador.
Mestre em Agronomia e responsável pelo cultivo, Rodrigo Berni, também pesquisador da Embrapa e integrante do grupo de estudo, explica que hidroponia é o termo utilizado para os cultivos onde não há a necessidade do uso de solo/substrato como fonte de nutrientes, ou seja, todos os nutrientes são fornecidos por meio de solução nutritiva, ou por fluxo laminar que molha as raízes em períodos determinados por tubos, canais, perfis ou em sistema de irrigação com o uso de substrato, em vasos, canaletas ou em bags (sacos comerciais com substratos prontos para uso).
“No caso do nosso projeto, utilizamos para o cultivo do tomate, o sistema hidropônico com o uso de substrato (fibra de coco) em vaso e em sistema aberto. A solução nutritiva completa é fornecida para atender a demanda das plantas por sistema automatizado de irrigação, evitando tanto a falta quanto o desperdício”, acrescentou Francisco Chaves.
Segundo ele, o sistema de controle automatizado da temperatura, que envolve exaustores, tela termorrefletora e nebulizadores, auxilia no cultivo do tomate. Os resultados do primeiro ensaio de teste de cultivares estão sendo finalizados e, posteriormente, os dados serão analisados estatisticamente, incluindo produtividade e características do fruto.
A pesquisa aplica-se na prática com a validação de tecnologias para a construção e viabilidade do sistema de produção de tomate hidropônico. “Visa o setor primário com a alternativa de fonte de renda no cultivo de uma importante hortaliça e a mais conhecida em todos os cantos do mundo, o tomate, e na sua apresentação gourmet”, completou o coordenador da pesquisa.
Próximos passos
Francisco Célio ressalta, ainda, que a pesquisa está em avanço e pontua os próximos passos: a busca por alternativas viáveis para o sistema de produção do tomate hidropônico em cultivo protegido; avaliar diferentes composições e manejos de soluções nutritivas para o tomate nas condições do Amazonas, buscando a melhor relação custo/benefício, e transformar o sistema de controle automatizado da temperatura em um equipamento integrado e comercial, em parceria com empresas que tenham interesse.
O estudo está sendo desenvolvido no Campo Experimental da Embrapa Amazônia Ocidental, localizado Rodovia AM-010, Km 29, (Estrada Manaus/Itacoatiara) e envolveu até o momento, além dos bolsistas do projeto, a capacitação de 42 agentes multiplicadores de forma continuada em tecnologias de cultivo protegido, abordando cálculos e preparo de solução nutritiva; irrigação localizada automatizada; produção de mudas, cultivo, tratos culturais e colheita do tomate.
Sobre o Prospam
O Prospam tem o objetivo de selecionar propostas de pesquisa científica, tecnológica e/ou de inovação, ou de transferência tecnológica, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento do setor primário no Amazonas, visando à produção sustentável e adequada à realidade regional.