A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da Maternidade Dr. Moura Tapajóz (MMT), da Prefeitura de Manaus, promoveu nesta quarta-feira, 21/6, o lançamento do primeiro Protocolo de Antibioticoprofilaxia e Antibioticoterapia em Ginecologia e Obstetrícia da unidade. A apresentação do conteúdo ficou a cargo do médico infectologista e presidente da CCIH/MMT, Alexandre Souza.
O infectologista explicou que a antibioticoprofilaxia consiste na administração de antimicrobianos aos pacientes antes dos procedimentos cirúrgicos, não havendo evidência de infecção no momento do ato cirúrgico.
“A antibioticoprofilaxia é uma prevenção, já a antibioticoterapia é o tratamento de pacientes que já apresentam sinais e sintomas clínicos de infecção, com a finalidade de curar uma doença infecciosa (cura clínica) ou de combater um agente infeccioso situado em um determinado foco de infecção (cura microbiológica)”, esclareceu Alexandre.
Segundo a enfermeira obstetra e diretora da MMT, Núbia Cruz, o protocolo é uma revisão de orientações anteriores, baseada nas mais recentes evidências científicas, e tem como objetivo padronizar todos os procedimentos realizados nas rotinas da maternidade de modo a alcançar níveis mínimos em relação às infecções.
“O diagnóstico de infecção deve ser embasado em resultados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. A partir daí, todos os profissionais de nossa unidade devem seguir rigorosamente o novo protocolo para garantir os níveis mínimos de infecções puerperais e complicações. A infecção puerperal (após o parto) ainda é referenciada como uma das principais causas de óbitos maternos no Brasil. Essa é uma realidade evitável e que estamos trabalhando para mudar”, avaliou a diretora.
Núbia Cruz ainda advertiu que as infecções puerperais também prolongam o período de internação, aumentando as despesas hospitalares, desestimulam a amamentação, desfavorecem o vínculo mãe-filho e estão relacionadas a casos de desenvolvimento de depressão pós-parto.
“A mulher que acabou de ter bebê, por meio de uma cesariana, já se encontra em uma situação naturalmente frágil, pois temos que lembrar que a cesariana é um procedimento cirúrgico. Então, nesses casos, uma intercorrência infecciosa pode atrapalhar muito todo o processo puerperal”, observou Núbia.
Alexandre Souza ressaltou que o protocolo também busca padronizar critérios e orientações para o uso racional de antimicrobianos.
“O uso racional busca evitar o surgimento de bactérias multirresistentes. O uso indiscriminado de antibióticos nas últimas décadas tem causado uma redução da suscetibilidade bacteriana aos antimicrobianos, especialmente devido ao uso inadequado ou não criterioso”, destacou o infectologista.
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Texto – Marcella Normando / Semsa
Foto – Divulgação / Semsa