Para fortalecer a rede de atenção aos pacientes com leishmaniose tegumentar, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou nesta quinta-feira, 25/5, um curso de Atualização em Tratamento, Acompanhamento, Diagnóstico Clínico e Fluxo de Atendimento na Atenção Primária de Saúde.
A programação, executada pelo Distrito de Saúde (Disa) Rural, segue até esta sexta-feira, 26/5, na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, no bairro Dom Pedro, zona Oeste, reunindo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos e técnicos da Vigilância em Saúde que atuam na zona rural de Manaus.
De acordo com o diretor do Disa Rural, Rubens Souza, a capacitação representa mais um momento em que a rede municipal de saúde reforça a estrutura para a oferta de serviços à população. “A partir de uma capacitação para atualização das informações, os profissionais estarão mais preparados para fazer promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento e acompanhamento do paciente”, afirmou.
A leishmaniose tegumentar é uma doença causada por protozoários do gênero leishmania, que é transmitido ao ser humano pela picada de insetos chamados flebotomíneos, conhecidos como mosquito palha, birigui, cangalhinha e asa dura. São insetos mais ativos à noite e no início da manhã, que se desenvolvem em locais úmidos e ricos em matéria orgânica em decomposição. Os sintomas são lesões de pele ulceradas ou não, com três semanas ou mais de evolução em paciente residente ou exposto a área de risco. As lesões são mais frequentes em membros superiores e inferiores, mãos, braços, pernas e tronco.
O gerente de Vigilância em Saúde do Disa Rural, enfermeiro Luciano Batista Barreto, explicou que a leishmaniose tegumentar é uma doença que tem maior incidência na zona rural, quando há a presença do ser humano próximo ao espaço da floresta. ”Normalmente a doença é identificada em áreas de criação de galinha e patos, e áreas de desmatamento e de meio ambiente sem saneamento básico”, informou.
A área rural do município de Manaus, segundo o enfermeiro, registrou 57 casos de leishmaniose diagnosticados no primeiro quadrimestre de 2023.
“É uma doença que tem cura quando o tratamento é feito de forma correta. As pessoas algumas vezes não concluem o tratamento e a doença volta a se manifestar depois de alguns meses de forma mais agressiva, podendo causar deformidades”, explicou Luciano, destacando que a capacitação é importante para aprimorar o conhecimento dos profissionais no fluxo de atendimento, garantindo que o paciente receba o melhor atendimento possível.
O curso aborda os seguintes temas: Situação epidemiológica da Leshmaniose tegumentar americana no Amazonas e município de Manaus; Situação epidemiológica da leishmaniose tegumentar americana no Distrito de Saúde Rural: Panorama de casos notificados no SINAN/Disa Rural, Distribuição geográfica, Ficha de notificação e Fluxo de atendimento; e Diagnóstico Clínico.
O técnico responsável pelo Controle da Leishmaniose no Disa Rural, Francisco Zardo, foi um dos instrutores no primeiro dia do curso e ressaltou que o maior número de casos ocorre em comunidades na região das rodovias BR-174 e AM-010, além da área do Tarumã-Mirim.
“É uma doença muito grave e pode ser tão estigmatizante quanto doenças como a hanseníase. O primeiro sintoma é uma lesão na pele como uma picada de mosquito e que vai aumentando. Deve ser tratada o quanto antes para evitar o agravamento”, alertou Francisco Zardo.
Participando do curso, a enfermeira Socorro Bandeira, que atua em Unidade de Apoio do Ramal da Cooperativa (BR-174), informou que a equipe de saúde faz o atendimento dos pacientes e realiza a busca ativa de casos suspeitos para a realização do exame e, quando é positivo, é feito o encaminhamento para o médico.
Atualmente, dois pacientes com leishmaniose são acompanhados pela equipe de saúde da Unidade de Apoio para o tratamento, realizado através de medicação injetável diariamente por 20 dias.
A medicação pode ser administrada na unidade de saúde, mas uma equipe vai até a casa do paciente nos finais de semana e feriados, mantendo o tratamento. Quando o paciente mora muito longe e não tem como comparecer todos os dias na unidade de saúde, a equipe vai até o domicílio. “Essa nova capacitação vai ajudar na execução de todo esse processo de trabalho, atualizando as informações”, afirmou Socorro Bandeira.
— — —
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
Foto – Divulgação / Semsa