A prática da pesquisa e de descobertas científicas, que antes era voltada apenas para o ensino superior, em ambientes acadêmicos, tornou-se acessível para mais estudantes da educação básica. O sucesso da iniciativa se deve a grande participação de mais de 2 mil estudantes da Secretaria de Educação de Estado e Desporto no Programa Ciência na Escola (PCE), promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Amazonas (Fapeam).
Com os mais variados temas, os projetos propostos por educadores e pelos jovens cientistas alcançaram a marca de 840 ações em 2022, dentro de mais de 1.800 propostas inscritas.
Maria Eduarda Almeida, de 16 anos, estudante da 1ª série do Ensino Médio na Escola Estadual Ruy Araújo, que desenvolveu o projeto de robótica educacional, descreve como o PCE contribuiu no seu aprendizado. A participação dela no programa foi o primeiro contato da estudante com a prática de ciência e pesquisa.
“Olhando agora de como o projeto começou até agora, as oportunidades que tivemos, como de poder apresentar o projeto na nossa escola e em universidades, influenciando na nossa forma de falar e de pensar, ter uma responsabilidade, de criar algum método para alcançar determinado objetivo, foi um grande incentivo pro nosso futuro”, diz Maria Eduarda.
A parceria entre Fapeam e a Secretaria de Educação e Desporto proporcionou a aproximação dos estudantes ao ambiente acadêmico e universitário.
A culminância de trabalhos como “O uso da robótica educacional como subsídio à disciplina projetos integradores no novo ensino médio na Escola Estadual Ruy Araújo”, do professor Dilson Nascimento e de seus quatro alunos participantes foi realizada por meio de apresentações dentro do auditório da Faculdade Metropolitana de Manaus (Fametro), em novembro deste ano.
“O projeto propôs um desafio aos estudantes da primeira série do ensino médio, que era buscar soluções para os problemas sociais da comunidade escolar utilizando a robótica educacional. No começo eles não sabiam muito bem como era e nem aonde íamos chegar. Depois eles se envolveram tanto que praticamente todo processo de investigação e organização da pesquisa ficou sob responsabilidade dos bolsistas juniores da turma”, descreve o professor.
Mais iniciativas
Raifran Silene, professora de Língua Portuguesa da Escola Estadual Vicente Schettini, zona sul de Manaus, esteve a frente do projeto “Letramento Literário: Uma Nova Perspectiva dos Contos de Fadas para Vivência Social e Familiar”, no qual participaram estudantes do 6° ano do Ensino Fundamental. Para ela, a participação no PCE foi fundamental para as crianças desenvolverem seu entendimento textual.
“O objetivo do nosso projeto é desenvolver a oralidade, a produção textual, levando em consideração também que o letramento não é só a questão da leitura, ele também traz um conhecimento no texto de um determinado texto independente de qual gênero literário seja, contos, crônica e etc”, explica a professora.
Participam do PCE alunos da rede pública estadual que cursam do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental e também da 1ª a 3ª série do Ensino Médio. Os estudantes e professores participantes foram contemplados com bolsas mensais de auxílio financeiro, nos valores de R$200,00 para estudantes, com duração de 5 meses e de R$700,00 para educadores, com duração de 6 meses.
Fotos: Divulgação / Seduc