O diagnóstico e tratamento de acidentes ofídicos (por serpentes) é o tema da capacitação para médicos e enfermeiros de 14 polos-base de sete Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) no Amazonas que inicia nesta segunda-feira (27/06) e segue até sexta-feira (1º/07). O curso faz parte da terceira fase do projeto piloto de descentralização de soro antiveneno para esses distritos atuantes no Amazonas.
Capacitação ocorre até sexta-feira (1º/07)
O diretor técnico da FVS-RCP, Daniel Barros, que presidiu a mesa de abertura do evento, destacou que a capacitação, e o projeto de descentralização do soro antiveneno como um todo, é a oportunidade de se fazer a diferença na saúde da população que reside em áreas de difícil acesso geográfico do Amazonas.
O curso é uma realização da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), e da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). A iniciativa ocorre em parceria com a Fundação de Medicina Tropical – Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD); Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e SES-AM, por meio do Departamento de Atenção Básica e Ações Estratégicas (Dabe/SES-AM).
Segundo o gerente de Zoonoses da FVS-RCP, Deugles Cardoso, o objetivo da capacitação é que os médicos e enfermeiros dos DSEIs sejam agentes multiplicadores dos conhecimentos adquiridos durante o treinamento.
“Os soros antivenenos são distribuídos conforme demanda a partir da necessidade dos municípios. No entanto, com essa capacitação, que faz parte do projeto de descentralização de soro antiveneno, o objetivo é tornar ainda mais fácil o acesso desses soros à região dos DSEIs, reduzindo o tempo de tratamento de pacientes por acidentes por animais peçonhentos”, destaca Daniel.
Distritos Indígenas
Um dos representantes de DSEIs presentes na capacitação foi o médico do DSEI Alto Rio Negro, Herbert Santos da Silva. Segundo ele, atender pacientes de acidente ofídico no próprio território do DSEI é uma oportunidade de realizar o atendimento em tempo oportuno.
“Devem ser repassados os conhecimentos para as equipes multiprofissionais para iniciar o atendimento de acidente ofídico antes mesmo de haver o soro no local, porque é possível usar, pelo menos dos conhecimentos adquiridos no curso para aprimorar a qualidade do serviço de assistência à saúde prestado à população Indígena”, destaca Deugles.
O atendimento em tempo oportuno é também o que destaca a médica do DSEI Vale do Javari, Ingrid Del Rosso. “Para acidentes de médio e grande porte, é preciso remover o paciente para a sede do município de Atalaia do Norte, que é o mais próximo. Então, essa capacitação está sendo muito importante para aprimorarmos e para que saibamos conduzir essas situações”, afirma a médica.
“Há comunidade em que é preciso viagem de uma semana de voadeira. É muito difícil (o acesso). Então, ter o soro antiofidico nos 25 polos base, que atendem a quase 800 aldeias, é de suma importância”, destaca o médico do DSEI Alto Rio Negro.
O projeto segue as determinações da Resolução 071/2021 da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) que dispõe da descentralização de soro antiveneno a polos base de DSEIs no Amazonas pela FVS-RCP.
Projeto-piloto
O curso de diagnóstico e tratamento sobre tratamento de acidentes ofidico para médicos e enfermeiros de DSEIs faz parte do projeto-piloto de descentralização de soro antiveneno que visa tornar mais fácil o acesso desses soros aos territórios Indígenas coordenados por esses DSEIs.
A instituição funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, Manaus. Contato telefônico da FVS-RCP (92) 2129-2500 e 2129-2502.
Referência
A FVS-RCP é responsável pela Vigilância em Saúde do Amazonas, o que inclui o acompanhamento e apoio aos municípios no desenvolvimento em nível local de disponibilização de soro anti-peçonhentos no Amazonas.
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Por Agência Amazonas
FOTO: Girlene Medeiros/FVS-RCP