Estimular o sistema cognitivo e motor para auxiliar na reabilitação de idosos com perda de habilidades essenciais é o objetivo das oficinas que o Centro de Atenção Integral ao Idoso (Caimi) André Araújo disponibiliza aos seus usuários. A unidade, que faz parte da rede assistencial da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), retomou as terapias complementares suspensas durante a pandemia e reformulou o projeto das oficinas.
O Caimi André Araújo atende muitos idosos com sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), ou com diagnóstico de Parkinson e Alzheimer. As sequelas costumam resultar na perda de habilidades essenciais para a independência, como a fala, a mastigação, a capacidade de engolir e capacidade cognitiva. O projeto realizado, pelo Núcleo de Segurança do Paciente Idoso do Caimi, envolve equipe multiprofissional nas atividades de reabilitação.
A diretora do Caimi André Araújo, enfermeira Roberta Nascimento, explica que a suspensão das atividades na pandemia, uma necessidade devido ao risco que a Covid-19 representa para idosos, acabou interferindo no tratamento com terapia. Isso evidenciou ainda mais a importância de manter e reforçar os estímulos cognitivos constantes por meio das oficinas terapêuticas.
“Quando os pacientes começaram a retornar para o ambulatório do Caimi nós vimos a necessidade de, além das consultas, voltarmos de imediato com as terapias e foi quando nós reformulamos toda a atividade, criando esse projeto e ampliando as atividades”, conta a diretora da unidade.
A fonoaudióloga do Caimi, Alcileia Salazar, detalha cada atividade de estímulo cognitivo que são realizadas nas oficinas. “Fazemos a atividade de musculatura orofacial para que alguns que perdem a fala possam voltar a falar. Para os que perdem a capacidade de mastigar e de engolir também utilizamos exercícios de motricidade orofacial, para que ele seja capaz de ter uma alimentação segura e sem engasgos, porque o engasgo no idoso é perigoso, levando a uma broncoaspiração e, consequentemente, a um caso de pneumonia ou morte”, explica a fonoaudióloga.
Uma das atividades simula o ato de fazer compras em um mercado, estimulando o raciocínio do paciente ao lidar com dinheiro, comprar e receber o troco, algo que idosos com essas condições médicas podem sentir certa dificuldade. A importância das atividades de estímulo está justamente no sentido de devolver ao idoso a independência e o poder de decisão.
“Alguns perdem a habilidade inclusive de lidar com o seu próprio benefício, sua aposentadoria, então nesta atividade treinamos o idoso para que ele possa tomar conta do seu próprio dinheiro, porque para melhorar a sua qualidade de vida ele precisa ter esse poder sobre si próprio”, conta Alcileia.
As terapias complementares são indicadas após o paciente passar por consultas e exames no Caimi. O projeto conta com outras atividades, dentre as quais oficinas de dominó, pintura em tecido, pintura em tela e em papel, oficina da memória e recordação, além de alongamentos realizados com o acompanhamento de um profissional de educação física.
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Por Agência Amazonas
FOTOS: Marcos Araújo/SES-AM