Com o enfoque na inovação, na bioeconomia e no fortalecimento das cadeias da sociobiodiversidade amazônica, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) realizou a Oficina de Construção do Plano de Reestruturação Econômica das Agroindústrias de Beneficiamento de Castanha do Brasil de Associações e Cooperativas do Estado.
Há 29 minutos
Por Agência Amazonas
Oficina é a primeira de uma série de inovações a serem aplicadas pelo Governo do Amazonas
Para o secretário titular da Sedecti, Jório Veiga, ações como essa são importantes, no sentido de dar oportunidades para que as associações e cooperativas possam se organizar em termos de gestão.
FOTO: Divulgação/SedectiA oficina foi realizada quinta e sexta-feira (14 e 15/10), como parte de uma série de ações previstas no Programa InovaSocioBio, que é coordenado pelo Departamento de Políticas Públicas em Ciência e Tecnologia (DPP), da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) da Sedecti. O evento aconteceu no Centro de Capacitação Laura Vicuña, localizado na avenida André Araújo, 2.230, em Petrópolis, zona sul de Manaus.
Base organizada – A secretária executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação da Sedecti, Tatiana Schor, destacou a importância da inovação para a organização da base extrativista da castanha.
“Não se trata apenas de produzir a castanha. É preciso toda uma estrutura e gestão para que se possa trabalhar com o desenvolvimento sustentável, além de usar ao máximo a Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), inclusive, na administração em prol de todos os membros das associações e cooperativas. Estamos em um momento importante de mudar a cultura, porque o Governo do Estado se interessa muito pelo interior, pelo setor primário, no sentido da interiorização do desenvolvimento”, reforçou o secretário.
Segundo a secretária, a oficina é a primeira de uma série de inovações a serem aplicadas pelo Governo do Amazonas, por meio da Sedecti, que contarão com parcerias como: bancos de investimento, associações e cooperativas ativas, academia (universidades) via projeto Rede Rhisa, entre outros órgãos públicos nas esferas: municipal, estadual e federal para montar o conjunto de ações estruturantes para alavancar o setor da castanha no Amazonas.
“Nós trouxemos aqui todas as associações e cooperativas do estado, que são cinco, além de uma que é da iniciativa privada de Coari. A ideia é começar a organizar o setor da castanha desde a base, porque não adianta a gente falar, precisamos vender a castanha, mas para isso precisamos ter a base extrativista e o setor privado organizados”, enfatizou ela.
“A ideia é que esses laboratórios possam certificar a produção da sociobiodiversidade em termos fitossanitários. Então, estamos montando laboratórios de análise de aflatoxina (toxinas maléficas para o organismo humano e animal, compostas a partir de fungos do gênero Aspergillus) que é uma questão muito séria no Estado do Amazonas, que é onde a gente perdeu nossos grandes mercados”, salientou Tatiana Schor.
Laboratórios de certificação – Uma das demandas apresentadas pelas cooperativas de usinas de castanha, trata-se de trazer laboratórios para o Amazonas, que possam ser credenciados junto ao Ministério de Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa).
De acordo com o consultor da GIZ, Antônio Paulo Reginatto, o encontro foi extremamente relevante, porque foi possível encaminhar uma possível reestruturação do setor de agroindústrias comunitárias de castanha do estado.
Parcerias – A Oficina de Construção do Plano de Reestruturação Econômica das Agroindústrias de castanha-do-brasil contou com a parceria da Sociedade Alemã para Cooperação Internacional GIZ, que trabalha em conjunto com o Mapa.
Outro parceiro da oficina foi a Fundação Vitória Amazônica (FVA), que também trabalha junto às cooperativas. O coordenador executivo da FVA, Fabiano Lopes da Silva, enfatizou a importância da retomada da rede formada pelas usinas de beneficiamento de castanha no Amazonas.
“O Amazonas é o principal produtor de castanha no país e as agroindústrias precisam escoar a produção delas que é enorme. Além do que, elas têm um papel social fundamental em função da geração de emprego e renda e da regulação do mercado. Acho que a estruturação dessas organizações de base é algo muito importante para que elas efetivamente exerçam o seu papel”, destacou o consultor.
Para o presidente da Cooperativa Mista Sardinha (Coopmas) do município de Lábrea, Gerson Galvão, a participação no evento teve como principal objetivo tratar sobre a questão do endividamento junto a órgãos do Estado.
“Começamos a trabalhar com essas usinas desde 2013 e foi quando começamos a entender como elas (usinas de castanha) se organizavam, qual era a estrutura e capacidade de cada uma, além das dificuldades. Com base nisso, começamos a avaliar a possibilidade de fomentar essa rede, em parceria com o Governo do Estado, e hoje temos essa possibilidade de retomada desse cooperativismo”, reforçou Silva.
Gerson informou ainda que a Coopmas produz, em média, cerca de 400 toneladas de castanha-do-brasil e possui 450 cooperados. A Cooperativa também conta com associações parceiras nos municípios de Pauini e Canutama.
“Nós produtores estamos tentando conseguir negociações no que diz respeito às nossas dívidas e, por isso, viemos participar dessa Oficina, com interesse em montar uma rede para que possamos negociar as nossas pendências, mas ainda não conseguimos oficializar. Agradeço o apoio da Sedecti com essa oportunidade e, também, pelo aprendizado aqui adquirido”, disse o cooperativista.
FOTOS: Divulgação/Sedecti
InovaSocioBio – O InovaSocioBio é o programa estratégico dentro da Sedecti, que visa introduzir a inovação nas redes de conhecimentos produtivos da sociobiodiversidade no Estado do Amazonas. O Programa tem como objetivo promover a inovação e a bioeconomia para as cadeias de valor da castanha-do-brasil, do pirarucu selvagem, guaraná nativo, meliponicultura e silvicultura, pautada na ciência e na tecnologia, visando a interiorização do desenvolvimento econômico do estado.