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Por Agência Amazonas
Período de vazante dos rios é o de sazonalidade da doença; casos confirmados no estado seguem em estabilidade no estado nos últimos dois anos
FOTO: Divulgação/FVS-RCP
Os casos confirmados de leptospirose seguem em estabilidade nos últimos dois anos no Amazonas. No entanto, o período de vazante dos rios, após o período chuvoso, é o de sazonalidade da doença no estado, e a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) alerta para a prevenção à moléstia, que é causada por roedores e de notificação compulsória.
De janeiro a setembro de 2021, foram registrados 23 casos confirmados de leptospirose no Amazonas. Foram 25 casos registrados de janeiro a setembro de 2020. Em todo o ano passado, foram 31 infectados, conforme dados compilados pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica da FVS-RCP (DVE/FVS-RCP).
Segundo a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, o padrão de comportamento da leptospirose é demonstrar elevação do número de casos na vazante dos rios. “Com as enchentes, os ratos se misturam ao meio ambiente, contaminando água, solo e alimentos. Na vazante, a urina desses animais fica mais concentrada e aumenta a possibilidade de contaminação com a bactéria”, destaca Tatyana.
Uma das medidas de prevenção, segundo o gerente de Doenças Transmissíveis da FVS-RCP, Alexsandro Melo, é realizar o controle de roedores nas áreas habitadas. “São questões como acondicionamento e destino adequado do lixo, armazenamento apropriado de alimentos, desinfecção e vedação de caixas d’água e de demais frestas em portas e paredes”, cita Alexsandro.
A coordenadora do Programa de Leptospirose do Amazonas, pela FVS-RCP, Vanieli Cappallesso, alerta que é possível ser contaminado com a doença mais de uma vez.
“A pessoa pode ser infectada com outro subtipo de sorovar (variante sorológica corresponde a um grupo de leptospiras). Já são catalogados mais de 200 sorovares”, afirma Vanieli, acrescentando que o tratamento pode ser realizado em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) dos municípios.
Vigilância
A Nota Técnica nº 31/2021 DVE/Ditec/FVS-RCP, divulgada no site da FVS-RCP, orienta os profissionais de saúde sobre as ações de Vigilância Epidemiológica que envolvem notificação oportuna dos casos de leptospirose, diagnóstico, tratamento e encerramento no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.
Zoonose
A leptospirose é uma zoonose causada pela bactéria Leptospira presente na urina de roedores das espécies Rattus norvegicus (ratazana ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo ou catita) que com as enchentes se misturam ao meio ambiente contaminando água, solo e alimentos com urina.
A doença é de notificação compulsória, e o quadro clínico varia desde infecção assintomática até quadros graves que podem levar o paciente a óbito. A definição de caso suspeito de leptospirose é quem apresentar febre, dor de cabeça e muscular e que se enquadre em critérios que incluem exposição a enchentes, esgoto, fossas, lixo e entulho.
Referência
A FVS-RCP é responsável pela Vigilância em Saúde do Amazonas, que inclui ações de prevenção das doenças não transmissíveis realizadas pela Gerência de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (GDANT/FVS-RCP). A FVS-RCP funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, Manaus. Os números para contato são (92) 3182-8550 e 3182-8551.