Iniciativa é financiada por programa internacional implementado no Amazonas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente
O Amazonas participará de um intercâmbio na Guatemala sobre manejo florestal comunitário. A iniciativa levará, entre os dias 15 e 21 de julho, um morador da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro e um técnico do Governo do Estado para troca de experiências no país.
O intercâmbio será financiado pelo Programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia, implementado no Amazonas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). O encontro tem como objetivo compartilhar resultados positivos entre as diferentes iniciativas apoiadas pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (no inglês, Global Environment Facility – GEF) na região amazônica.
“Este trabalho articulado permite maior impacto, tendo em vista que tira o caráter isolado das atividades e cria uma rede de interação. Passamos a compartilhar as lições aprendidas entre cada projeto, tornando as iniciativas mais eficientes”, destacou o secretário estadual de Meio Ambiente, Eduardo Taveira.
Liderança – A viagem internacional é voltada para técnicos e comunitários que trabalhem com manejo florestal comunitário e que apresentem capacidade de liderança em multiplicar os aprendizados tanto em campo quanto nos escritórios. A ideia é que os participantes retornem aos seus locais e possam disseminar os conhecimentos adquiridos no intercâmbio.
Indicados – Pelo Amazonas, a Sema indicou para participar do intercâmbio o comunitário Giovane Garrido, morador da RDS do Rio Negro, e o técnico Luiz Rocha, gerente de Apoio à Produção Florestal Não Madeireira do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).
“Minha expectativa para essa experiência é muito grande, pois poderei observar o que está sendo feito de novo ou diferente quanto ao manejo florestal madeireiro e não madeireiros em outros países e poder aplicar em nosso Estado”, disse o técnico do Idam, Luiz Rocha.
Manejar para conservar – O manejo florestal comunitário, assim como o turismo e artesanato, vem mudando a realidade da RDS do Rio Negro, Unidade de Conservação (UC) gerenciada pela Sema localizada nos municípios de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão. Antes da criação da UC, os moradores do local tinham como fonte de renda a extração ilegal de madeira.
Com a unidade de conservação, eles passaram a ter apoio para desenvolver cadeias produtivas sustentáveis para geração de renda, permitindo o desenvolvimento socioeconômico aliado à conservação ambiental.
Novos conhecimentos – Giovane Garrido, de 22 anos, é um dos comunitários que trabalha com manejo florestal comunitário na RDS e foi escolhido para participar da viagem à Guatemala. “Esta experiência vai me proporcionar novos conhecimentos, além da chance de poder passar para a frente todo o aprendizado que vou adquirir. Para mim é extremamente gratificante, só tenho a agradecer a oportunidade”, declarou.
Entre os temas que serão discutidos na viagem estão a comercialização e gerenciamento de empresas comunitárias, geração de valor agregado aos produtos explorados, temas administrativos, certificação da produção, governança e controle social e gênero, infância e indicadores de qualidade de vida.
Além do Amazonas, irão compor a delegação representantes do Acre, Pará, Rondônia, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Serviço Florestal Brasileiro, e também equipes do Peru e da Colômbia.
Paisagens Sustentáveis da Amazônia – O projeto é uma iniciativa financiada pelo GEF e é parte do Amazon Sustainable Landscapes (ASL), um programa regional voltado especificamente para a Amazônia, envolvendo Brasil, Colômbia e Peru. O Banco Mundial é a agência implementadora do programa, que tem como diretriz principal a visão integrada do bioma, de modo a promover a conectividade entre os três países.
Os principais objetivos da iniciativa são aumentar as áreas de ecossistemas florestais globalmente relevantes por meio da criação de novas áreas protegidas; consolidar e melhorar a gestão de Unidades de Conservação; aumentar o financiamento para o sistema de áreas protegidas; promover a conectividade e a gestão integrada de áreas protegidas; e promover o desenvolvimento de arranjos produtivos locais e cadeias de valor derivados do uso sustentável da biodiversidade.
Estão entre as principais metas ainda a cadeia produtiva da recuperação da vegetação nativa e o setor de produção de sementes e mudas de espécies nativas; fortalecer as políticas públicas voltados à proteção e à recuperação da vegetação nativa; e promover a capacitação e a cooperação regional entre os países integrantes do programa.