O curso, realizado até sexta-feira (02/07), tem o objetivo de contribuir na identificação e manejo dos acidentes ofídicos para profissionais de saúde de municípios do interior.
A Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) iniciou, nesta segunda-feira (28/06), um treinamento do Protocolo de Manejo do Acidente Ofídico para profissionais de saúde do município do Careiro da Várzea, Ipixuna e Boa vista do Ramos, Coari e da capital Boa Vista, do estado de Roraima.
Os profissionais recebem o treinamento teórico com apresentações e estudos de casos clínicos. Além disso, terão a oportunidade de acompanhar a prática do manejo e tratamentos de casos na unidade hospitalar da FMT-HVD, que é referência no atendimento de pessoas que tiveram acidentes com animais peçonhentos.
O evento contou com a participação do diretor-presidente da FMT-HVD, infectologista Marcus Guerra; do diretor de Pesquisas da FMT-HVD, Dr. Wuelton Marcelo Monteiro; do chefe do Departamento de Vigilância Ambiental da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Elder Figueira. Além do secretário de saúde do município de Careiro da Várzea e representantes dos municípios de Ipixuna, Boa Vista do Ramos, Coari e do Grupo Snakebite de Roraima.
“Às vezes esse paciente, que é picado, demora muitas horas, e às vezes dias, para chegar no hospital. E quando ele chega, é importante que ele tenha uma equipe que conheça bem como manejar esse caso. Muitas vezes esse paciente já está grave, então nosso objetivo é empregar esse protocolo que a gente desenvolveu para vítimas de acidentes; e treinar esses profissionais neste protocolo, que é bem detalhado e aborda todas as questões, todas as complicações possíveis, até a alta desse paciente”, explicou Wuelton Monteiro.
De acordo com o diretor de pesquisas da FMT-HVD, em razão das grandes distâncias que a região amazônica apresenta, onde, muitas vezes, os locais onde ocorrem esses acidentes estão muito distantes dos centros urbanos, onde se tem estruturas hospitalares, esse curso tem sua importância potencializada.
“É um problema cada vez mais crescente e que, por ser um envenenamento, torna-se um atendimento de emergência. E tendo pessoas capacitadas, equipes formadas, irão fornecer um tratamento profissional eficiente e com isso vamos diminuir complicações, custos na saúde e uma reabilitação precoce das pessoas que precisam estar nas suas casas e trabalhar, porque a maioria dos acidentes ocorre em trabalhadores rurais”, ressaltou.
O infectologista Marcus Guerra se disse impressionado com a grande procura pelo curso, onde 50 profissionais se inscreveram. E ressalta que entre muitos benefícios, esse tipo de curso também gera uma economia para a saúde.
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Por Agência Amazonas
Foto: Thiago Freire/FMT