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Por Agência Amazonas
A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) realizou, em Humaitá (a 590 quilômetros de Manaus), uma capacitação para captura e controle de morcegos hematófagos, que representam risco para outros animais. A atividade, que aconteceu entre 8 e 11 de junho, envolveu 15 servidores de três municípios do sul do Estado e resultou na captura de 19 dos chamados morcegos-vampiros.
O coordenador do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) no Amazonas, o médico veterinário da Adaf, Raphael Medeiros, explica que o treinamento é fundamental para a identificação de animais com sintomas de síndrome neurológica e coleta de amostras para detecção de circulação viral. Os morcegos hematófagos podem causar anemia e transmitir raiva, uma das principais causas de mortalidade de herbívoros no Brasil, especialmente os bovinos.
A capacitação envolveu servidores de Apuí, Humaitá e Manicoré (distrito de Santo Antônio do Matupi), que estão na lista dos 14 municípios reconhecidos internacionalmente como zona livre de febre aftosa sem vacinação, no dia 27 de maio. No ano passado, o distrito de Santo Antônio do Matupi teve foco de Raiva dos Herbívoros, confirmado através de exame laboratorial.
Durante o treinamento, os servidores identificaram e cadastraram um abrigo, onde foram capturados oito morcegos insetívoros e quatro morcegos hematófagos. No total, o grupo capturou 19 morcegos-vampiros e 20 insetívoros.
“Para termos uma maior eficácia na captura de morcegos hematófagos, é importante que o produtor prenda 100% dos animais no curral, não deixando nenhum solto no pasto, pois os morcegos localizam suas presas através de ondas sonoras. Se houver animais soltos no pasto e animais presos no curral, o morcego irá identificar os animais que estiverem mais perto dos seus abrigos, ou seja, geralmente os que estão soltos ao pasto. Desta forma, as armadilhas montadas ao redor do curral não irão ter a eficácia desejada’’, explica o médico veterinário.
Todos os morcegos hematófagos capturados durante a capacitação receberam tratamento com pasta vampiricida, que é a melhor estratégia para o controle do vetor da Raiva dos Herbívoros. Os demais morcegos de outras espécies foram soltos.
As armadilhas para capturar morcegos são compostas por redes de neblina usadas para “fechar” as quatro laterais do curral, fixadas ao redor do curral com a ajuda de hastes de alumínio fincadas ao chão. Essas estruturas contêm um saco onde o morcego cai ao bater na rede, impossibilitando que o animal se solte até a chegada da equipe de captura.
Ainda este mês, o treinamento será realizado também em Itapiranga (a 227 quilômetros de Manaus), com servidores do próprio município, de São Sebastião do Uatumã, Urucará e Silves.
O produtor que identificar a existência de abrigo de morcegos ou notar mordidas em animais de produção deve entrar em contato com a Agência, diretamente nas unidades dos municípios ou pelo AdafOuv (92) 99380-9174, que também funciona para WhatsApp.