A falta de registro da empresa Sovel da Amazônia, indústria de papel e embalagens, junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-AM), foi questionada durante audiência pública virtual, realizada nesta quinta-feira (29/4) pela Comissão de Meio Ambiente, Recursos Naturais, Sustentabilidade e Vigilância Permanente da Amazônia (COMMARESV), da Câmara Municipal de Manaus (CMM), presidida pelo vereador Kennedy Marques (PMN).
O questionamento foi feito pela engenheira ambiental do CREA-AM, Janeth Fernandes, durante a audiência, convocada por Kennedy Marques, para apurar e encontrar soluções para o despejo irregular de material tóxico no Lago do Oscar, localizado na Colônia Antônio Aleixo (zona Leste) e que está prejudicando não apenas o meio ambiente, mas também pescadores e banhistas que utilizam o local.
Segundo Janeth Fernandes, a empresa não possui registro junto ao CREA-AM, e denuncia que a empresa também não possui em seu quadro nenhum técnico em gestão ambiental. “Já notificamos a empresa para que apresentem a defesa, eles ainda estão no prazo, mas é preciso saber o motivo dessa falta de registro, bem como descobrirmos se eles estão registrados também no Conselho de Química”, indagou a engenheira ambiental.
Para o representante da empresa de Sistema de Monitoramento e Avaliação Social e Ambiental da Amazônia (Simasa), Alexandre Vitor, a empresa não ter registro junto a estes órgãos é grave. Em seu pronunciamento, ele pede que medidas mais rígidas sejam tomadas contra a empresa, que já foi multada, mas não soluciona o problema. “Não adianta aplicar a multa e os igarapés e lagos continuarem a receber lixo e materiais tóxicos. Precisamos adotar mecanismos que de fato obriguem essas empresas a preservar o meio ambiente e adotarem medidas que não prejudiquem nossos rios”, enfatizou.
O vereador Kennedy Marques lamentou a ausência da Sovel da Amazônia, que foi convidada para a audiência. “Essa audiência era justamente para procurarmos soluções amigáveis com a empresa, porém eles nem justificaram o motivo de não terem mandando nenhum representante, o que me obriga a adotar outros caminhos, que irão mostrar como eles não respeitam nem o meio ambiente e nosso povo”, disse.
O parlamentar ainda sugeriu que a empresa procure obter a certificação da ISO 14001, já que ela se apresenta como contribuinte do desenvolvimento sustentável. “Recomendo que eles procurem obter esse certificado, eles possuem apenas a ISO 9001, e isso mostra que a preocupação deles está apenas no produto e não no que a cerca”, finalizou o parlamentar.
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Texto: Tiago Ferreira – Dircom/CMM
Foto: Robervaldo Rocha – Dircom/CMM