O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) condenou, nesta terça-feira (16), ataques e ameaças de morte feitos contra a cardiologista Ludhmila Hajjar, que recusou o convite do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir o Ministério da Saúde. O parlamentar se solidariza com a médica e torce para que ela continue servindo, por meio da medicina, à população brasileira.
“O Brasil está vivendo um momento muito ruim. Ruim em termo de relacionamento pessoal, de relacionamento político e do respeito ao pensamento do outro. Eu quero aqui manifestar a minha solidariedade à Dra. Ludhmila Hajjar, que é uma brasileira que se dispôs a contribuir com seu país, para que a gente possa sair da crise que nos metemos”, disse o parlamentar durante a Sessão híbrida da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) na manhã desta terça-feira.
Para Serafim, o encontro da cardiologista com Bolsonaro teve uma série de constrangimentos. O primeiro deles foi que o presidente a recebeu acompanhado do ministro que a médica estaria para substituir, o general da ativa Eduardo Pazuello (demitido na noite desta segunda-feira, 15) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente.
Outro constrangimento, segundo Serafim, teria ocorrido quando o parlamentar perguntou a Ludhmila qual era sua opinião sobre dois temas: aborto e armas. Ela respondeu, conforme entrevista a sites nacionais, que não era simpática à ideia de armar a população.
“Essa conversa foi muito áspera, não só o presidente, mas os seus outros dois interlocutores começaram a fazer perguntas sobre coisas que não tinham nada a ver com a pandemia, como a opinião dela sobre armas e aborto. Óbvio que ela é uma pessoa com pensamento definido. É uma cientista, é uma médica e que não fez outra coisa na vida a não ser cuidar de doentes. Tem outra percepção de mundo e óbvio que terminou não aceitando o convite”, avaliou Serafim.
Serafim atribuiu ao “gabinete do ódio” os ataques – reais e virtuais – sofridos por Ludhmila desde que ela passou a ser cotada para vaga, no último fim de semana.
“Depois que ela negou o convite surgiu o gabinete do ódio, que é algo muito ruim que ocorre no Brasil. Enquanto priorizam atacar uma médica contrária ao extremismo, continuam morrendo mais de duas mil pessoas por dia e logo, logo, na marcha que vamos teremos o maior número de mortos em termos absolutos do mundo. O Brasil está precisando de unidade, de união, de objetivos bem definidos e não creio que tenhamos outro caminho que não seja a vacinação”, concluiu o líder do PSB na Aleam.
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